quinta-feira, setembro 27, 2012

Saravá Cosme e Damião!!!! Salve Ibeji!!!

 
Na Umbanda IBEJI conhecido como Orixá-criança, duas divindades gêmeas, sincretizadas aos Santos Católicos Cosme e Damião. Protetor das crianças e determinados para a regência da infância até a adolescência. Abençoam os partos, os lares, trazendo saúde e prosperidade. Estão relacionados a tudo que brota, que se inicia: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas. São associados ao principio da dualidade. Valorizam as brincadeiras, o sorriso, a alegria, a espontaneidade e a ingenuidade; enfim, tudo que se possa associar ao comportamento típico-infantil.
É importante saber que o Orixá IBEJI não “incorpora” na Umbanda, pois são representados pelas “Crianças” que se manifestam nos Médiuns e gostam de ganhar doces, brinquedos, frutas, etc.
No candomblé Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.Divide-se em masculino e feminino,(gêmeos).
No oyó cultua-se como erês ligado a qualidades de xangô e oxum. Popularmente conhecido como xangô e oxum de ibeji.Os orixás gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram problemas de parto. Em algumas casas de candomblé e batuque são referidos como erês (crianças) que se manifestam após a chegada do orixá chamados de axé erês ou axêros. Em outras são cultuados como xangô e ou oxum crianças. Porém na verdade são orixás independentes dos erês.Por serem gêmeos, estão ligados ao princípio da dualidade e de tudo que vai nascer, brotar e criar.

A IBEJI não se engana nunca, sob pena de quem o fizer, perder o gosto pela vida não vendo nenhuma motivação para a alegria e o prazer. Ao lidarmos com IBEJI não devemos esquecer que estamos em contato com uma energia infantil, a qual não devemos nada prometer se não pudermos cumprir. IBEJI ajuda sempre aos que lhes são simpáticos a troco de nada, no entanto, se prometermos teremos que cumprir.



CONHECENDO MAIS DAS CRIANÇAS DA UMBANDA

Seus filhos de santo são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas – tudo, enfim, que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinadas e possessivas.
Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, às vezes, o comportamento complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”. Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade.
Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas.
A grande cerimônia dedicada a estes orixás acontece a 27 de setembro, dia de São Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto aos orixás como aos freqüentadores dos terreiros. O sacrifício destinado a Ibeji é de frangos e frangas de leite, pequenos. As comidas são as servidas na festa, descritas acima. Os Ibeji não possuem otá, e em seus altares podem ser encontrados freqüentemente brinquedos. Suas cores principais são o vermelho e o verde, mas todas as cores acabam fazendo parte das roupas de seus filhos de santo e de alguns colares usados por eles
Nota-se a influência de IBEJI no comportamento das pessoas, quando nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram.
Seu dia festivo é 27 de setembro, dia da consagração a São Cosme e São Damião, que eram médicos e dedicaram suas vidas as crianças pobres, sem receberem dinheiro pelos seus serviços. A popularidade desses Santos irritou um cônsul Romano, numa época em que os Cristãos eram perseguidos. Forma presos, torturados e por fim degolados por recusarem a abdicar de sua Fé, isto no ano de 287 durante o Império de Diocleciano.
Em muitos Terreiros, sempre Os chamam para a limpeza espiritual, da assistência e dos Médiuns, após sessões pesadas na maioria das vezes encerram com IBEJI.

Fonte:
www.candomblebra.blogspot.com
(I.C.U.C.7.P)

terça-feira, setembro 18, 2012

Conhecendo a Umbanda

 

Adorei as Almas!!!
Preto-velho na Cultura Brasileira e na Umbanda
Por Alexandre Cumino
Pai Antonio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Um­banda em seu médium Zélio Fer­nandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Pie­dade. Assim, ele abriu esta “linha” pa­ra nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.
O “Preto-velho” está ligado à cul­tura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma especí­fica, pois den­tro da Religião Umban­dista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua litur­gia, representa uma “linha de tra­balho”, uma “falange de espíritos”, to­do um grupo de mentores espi­ri­tuais que se apresentam como ne­gros anciões, ex-escravos, conhe­ce­­dores dos Orixás Africanos.
São trabalhadores da espiritua­lidade, com características próprias e cole­tivas, que valorizam o grupo em detri­mento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas como Pai João e Vó Maria, por exem­plo.
Milha­res de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento indivi­dual valorizando o elemento coletivo identificado pelo ter­mo genérico “preto-velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho” ainda assim “preto velho fulano de tal”. A falta de informa­ção é a mãe do precon­ceito, e, no caso do “preto-ve­lho”, muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do “preto-velho” dentro das mes­mas.
Preto é Cor e Ne­gro é Raça, logo o ter­mo “preto-velho” tor­na-se caracte­rís­tico e com sentido ape­nas dentro de um con­texto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irres­trito seria “Negro Vel­ho”, “Negro An­cião” ou ainda “Ne­gro de idade avan­çada” para iden­ti­fi­car o ho­mem da ra­ça ne­gra que encon­tra-se já na “terceira idade” (a melhor ida­de). Por conta disso alguns sentem-se des­con­for­táveis em utilizar um ter­mo que à primeira vista pode parecer des­respei­toso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas bran­cas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofri­do, que na humildade da subju­gação forçada e escrava encontrou a liberdade do espí­rito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo de encontro à imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
Alguns preferem chamá-los ape­nas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que sou­be­ram passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de or­gulho em se auto-afirmar “nêgo véio” e ex-escravo; talvez as­sim se man­tenham para que nunca nos esque­çamos que em qualquer situa­ção temos ainda opor­tunidade de evo­luir. Quanto mais adver­sa maior a oportu­nidade de dar o testemunho de nos­sa fé.
O “preto-ve­lho” é um ícone da Umban­da, resu­min­do em si boa parte da filosofia um­ban­dista. Assim, os es­pí­ritos desen­car­­nados de ex-es­cravos se iden­ti­fi­cam e muitos ou­tros que não foram escra­vos, nesta con­dição, as­sim se apre­sentam tam­bém em home­nagem a eles, por tê-los como Mes­tres no astral.
No imaginário po­pular, por falta de informação ou por má fé de al­guns formadores de opinião, a ima­gem do “preto-velho” pode estar asso­ciada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com estas coisas” pois não sabem que a Um­banda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, mani­festando o espírito para a caridade e de­senvol­vendo o senti­mento de amor ao pró­ximo. Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusi­vamente uma única Umbanda que faz o bem, caso con­trário não é Umbanda e assim é com os “Preto-velhos”, todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”, o “preto velho” tra­balha única e exclusivamente para a caridade es­piritual.
São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma expe­riên­cia diferente. Os pretos velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não bas­ta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evo­lutiva.
Quanto menos valor se dá a for­ma, mais valor se dá à mensagem, e “preto-velho” fala devagar, bem bai­xinho; quando assim se pronun­cia, to­dos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a pa­la­vra “Atotô”, saudação a Oba­luayê que quer dizer exatamente isso: “silêncio”.
Nas culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido co­mo fonte viva do conhecimento an­ces­tral. Hoje ainda vemos este cos­tume nas culturas indígenas e ciga­nas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacer­dote mais velho, trata-se de uma he­rança cultural religiosa tão antiga quan­to nossa memória ou nossa his­tória pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.
Muitos já estão fora do ciclo reen­carnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilu­são da car­ne que nos cobre com paixões e ape­gos que inexora­vel­mente ficarão para trás no caminho evolutivo.
Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: “Salve os Pre­tos Velhos! Sal­ve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Sal­ve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!”
Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade bran­ca, tomam café e fumam cachimbo.

domingo, setembro 09, 2012

Umbanda, eu curto!

Faça de seu Terreiro/Tenda/Centro uma verdadeira comunidade. Cumprimente, sorria, colabore, participe, estenda a mão. Inspire os outros pelo exemplo, reverencie nossos Orixás e estimule todos a fazerem mais, sem olhar a quem.

Por Daniel Marques
Editor - Umbanda, eu curto!

quarta-feira, setembro 05, 2012

Quotidiano Umbandista - No Coração, a Umbanda

 
Ela começou na Umbanda bem jovem. Uma vizinha vinda do Rio de Janeiro montou nos fundos da casa um Congá, e lá deu início a uma Tenda de Umbanda.
Lembra-se que depois da primeira visita passou o medo e começou entender que se tratava de uma religião, e pouco tempo depois já vestia branco e começava a “girar”.
Ela trabalhou por muitos anos naquela casa. Desenvolveu-se com suas Entidades, constituiu família e educou seus dois filhos conforme as Leis da Umbanda.
Com a morte da Dirigente da casa e de seu fechamento, quase vinte anos depois, se viu sem lugar para seguir sua missão. Mas sentia que seus Guias queriam continua-la.
Começou então a procurar outra casa para seguir sua caminhada.
Encontrou um Centro de Umbanda próximo de casa, que ela passou a freqüentar na assistência, pois preferiu conhecer a forma de trabalho da casa para depois se decidir por entrar.
As roupas, os fios de contas e outras coisas eram diferentes, mas a Umbanda estava ali presente.
Quando estava inclinada a procurar o Dirigente da casa, para saber se poderia fazer parte do corpo mediúnico, soube que a casa estava sendo fechada, pois devido ao trabalho do Dirigente ele mudaria para o interior. Fazia seis meses que ela freqüentava a casa, e quando realmente havia se decidido, era tarde.
Passou a freqüentar outro Cento de Umbanda, mas este era um tanto deturpado.
Os trabalhos terminavam altas horas da madrugada, o comportamento das Entidades era estranho, muitos palavrões, gritarias, pessoas caídas pelo chão e como dizem, “muito cacique para pouco apito”. Todos pareciam ser a Mãe de Santo, mandando e desmandando uns aos outros.
O tempo que ela ali “perdeu” não lhe ajudou na escolha. E por mais que aquela casa se intitulasse Umbanda, aquela não era a Umbanda que ela havia praticado.
Dentro de si ela ainda sentia a força de seus Guias, e a vontade deles de trabalhar a fez continuar em busca de uma casa onde ela se sentisse bem.
Conheceu uma Mãe de Santo muito simpática, que lhe convidou a conhecer sua casa de Orixá. Com pouca idade, ela parecia ser muito dedicada à religião, sua casa era bonita, havia vários filhos, mas nada era o que parecia ser.
Pouco tempo depois, quando ia chegando para mais um dia de toque, o terreiro estava fechado, e assim ficou até ser descoberta a verdade. A Mãe de Santo havia fugido, pois tinha o nome sujo na praça além de ter um filho de Santo casado como amante.
Era isso o que faltava, e decepcionada, resolveu dar um tempo.
Passou três anos sem pôr os pés num Centro de Umbanda. Perdeu a esperança de um dia voltar a incorporar seus Guias.
Passados estes três anos, decidiu que não ia mais trabalhar e que devia despachar suas coisas. Sua família se formou na Umbanda e sempre a acompanhou em suas decisões, e agora não seria diferente.
Apesar da tristeza, sua filha e seu genro a levaram numa mata que conheciam onde passava um pequeno rio. Chegaram à mata carregando suas roupas, fios de contas, objetos das Entidades, tudo para ser entregue.
Mas antes de tudo, a persistente médium que conheceu a Umbanda bem jovem, e que agora era uma mãe de família com seus quarenta anos, incorporou seu Caboclo que há seis anos não baixava.
O caboclo muito sereno sentou-se no chão com a filha e o genro da senhora e lhes falou para recolher tudo aquilo e levar de volta para casa, mas para a casa dele, que ainda ia ser construída.
O Caboclo determinou que seu “cavalo” fundasse um Congá do tamanho que fosse, e que ali retomasse sua missão de acordo com o que ela havia aprendido. E que ali seria um Congá de amor e fé na Umbanda, coisas que ela nunca perdera em seu íntimo.
Emocionada o casal se prontificou em atender a determinação do Caboclo, que foi embora deixando sua mensagem.
Seis meses depois, com a ajuda de toda a família, estava pronto o Congá que o Caboclo havia pedido. Ali, a médium reencontrou sua Umbanda tão querida e voltou a praticar a caridade, a qual pratica até os dias de hoje com a benção dos Guias e Orixás.
Meu Axé à todos. Salve a Umbanda!                            03/06/2003



O Jornal Tambor foi uma das publicações direcionadas à religiões afro-descendentes mais importantes no início dos anos 2000. Criado e idealizado pela Yalorixá Sandra Epega o jornal sempre pregou pelo diálogo inter-religioso, cultura de paz e sempre deu espaço para todos as tradições religiosas.
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.