quarta-feira, dezembro 19, 2012

Obrigado






Mais um ano chega ao fim e o blog Aldeia do Sultão gostaria de agradecer à todos os visitantes que por aqui passaram.
O blog recebeu um grande número de visitas e esperamos que todos tenham encontrado aquilo que procuravam e tenham aprendido um pouco com o blog.
Há tanta coisa ainda pra ser postada e falada a respeito aqui e isso que nos motiva a continuar com esse projeto.
O blog deve passar por algumas mudanças que esperamos sejam para melhor e contamos com suas visitas e comentários (são super bem-vindos!) para nos ajudar a continuar com um blog dinâmico e interessante.
Obrigado mais uma vez por sua visita e que 2013 seja um ano muito melhor para todos, cheio de realizações e conquistas.
Possam os Orixás nos abençoar todos os dias com saúde e prosperidade.
Que nossos amados Guias e Mentores nos protejam sempre nos bons e maus momentos.
Que Oxosse nos faça vencedores todos os dias!
Pedimos a benção à Sultão das Matas para que o blog seja sempre uma boa fonte de conhecimento e ajuda aos interessados e que essa chama nunca se apague.
Saravá!
Feliz Natal, boas festas. Nos vemos em 2013. Axé axé axé!

Equipe Aldeia do Sultão.

domingo, dezembro 09, 2012

A Rainha do Mar



Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho, partiu para as suas conquistas; Oxossi, que se encantara pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu, caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pelo mundo.
Sozinha Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam seus destino e que não podia interferir na vida deles, já que os três eram adultos.
Comentava consigo mesma:
- Ogum nasceu para conquistar. É bravo, corajoso, impetuoso. Jamais poderia viver num lugar só. Ele nasceu para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para conhecer o mundo e dos três é o mais inconstante, sempre preparado surpresas; imprevisível, astuto, capaz de fazer o impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi, meu querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas no fundo sabia que teria seu destino. Ele é alegre, ativo, inquieto. Gosta de ver coisas belas, de admirar o que é bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o mundo também e não poderia segurá-lo...

Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de seu mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei beleza igual à sua. Na conheci ninguém que se comparasse a você!
- O que está dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei para lhe possuir, pois é a única coisa que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não poderia admitir jamais aquilo que estava acontecendo. Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta, dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu "caiu no mundo", sumindo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos mares.
Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos Orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que, deste modo, deu origem ao mar, procurou entender a atitude do filho, pois ela é a mãe verdadeira e considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.



segunda-feira, dezembro 03, 2012

IANSÃ

                                                                                                                                       *por Thiago Sá
 
Iansã e Santa Bárbara
 
É a Orixá da tempestade, dos ventos, do raio e do fogo.

Iansã usa amarelo ouro em suas velas, roupas e objetos. Gosta de palma amarela ou qualquer flor vistosa que brilhe como ouro.

Suas ervas são o manjericão, folha de bambu, alecrim, alfazema e folha de uva além da espada de Santa Bárbara.

Iansã é inseparável de Xangô, considerada por ele sua esposa predileta. Justamente ele, dono do trovão que vem junto com o vento, a tempestade e os raios de Iansã. Ela também compartilha do fogo com Xangô.

Iansã é guerreira de temperamento enérgico, tempestuoso e viril.

Gosta de comer melão, manga, lagostim, camarão fresco e seco, acarajé, pirão, xinxim de galinha e quiabo. Bebe champagne ou vinho branco doce.

Oferenda de feijão fradino e frango para Iansã
Costuma-se fazer à Iansã pedidos de graças merecedoras independente da origem, seja saúde, trabalho ou amor.

Não podemos esquecer que se trata de uma guerreira, portanto age impondo a lei e como mulher de Xangô traz consigo o senso de justiça.

Quando se louva Iansã, não se curva, não somente por não se tratar de uma divindade velha, mas porque na condição de guerreira ela não baixa a guarda em momento algum, mostrando novamente seu temperamento tempestuoso.

Iansã, uma das mais belas Orixás é sincretizada com Santa Bárbara, a virgem dos cabelos louros, que talvez por isso rendeu à Iansã a cor amarela. Santa Bárbara aparece empunhando uma espada novamente comprovando ser uma guerreira. Sua saudação cujo significado é desconhecido é “Epa Hei Iansã!”.

Quando incorporadas suas mensageiras dançam com grande beleza empunhando uma palma amarela, ou então dançam com as mãos semelhantes a leques que Iansã usa para se abanar e espantar o mal com o vento produzido por ele.

Suas cantigas contam que Iansã mora na pedreira, na cachoeira, que sua morada é a terra do ouro, que ela usa um abebê, o leque com o qual se abana e venta todo o mal para longe. Contam ainda que Iansã lutou e venceu várias guerras, que ela não teme nada nem ninguém.

 

Santa Bárbara virgem dos cabelos louros   (bis)

Mora na pedreira, na terra do ouro.   (bis)

 

Santa Bárbara é a dona do fogo, do raio, chuvisco e trovão.  (bis)

Epa Hei Iansã venceu guerra,  (bis)

Epa Hei com a espada na mão.

 

É festejada em 04 de dezembro e seu lugar de oferendas é a cachoeira, onde a água é forte, turbulenta e violenta como Iansã, ou então as pedreiras, casa de Xangô.
 

Arquétipo de seus filhos

 O arquétipo de Iansã é o das pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem ser fieis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações da mais extrema cólera. (Verger)*

 
Fator: direcionador

No positivo: são envolventes, risonhas, alegres, amorosas, mas sem pieguice (ridiculamente sentimental), possessivas com os seus, amigas e companheiras, leais, mulheres atiradas que tomam iniciativas ousadas, expeditas (desembaraçadas), ativas, ágeis no pensar e falar, são lideres natas.

No negativas: são emotivas, e se não se impõem, revoltam-se e abandonam quem não se se submetem a elas e logo estão estabelecendo novas ligações, em que se imporão.

Apreciam: festas, pessoas falantes e alegres, ambientes enfeitados e coloridos, viagens a passeio, homens envolventes, trabalhos agitados.

Não apreciam: homens introvertidos, reuniões monótonas, amizades egoístas, ambientes conservadores, trabalhos ou deveres monótonos, comidas pesadas, roupas pesadas, (a prisão) da vida domestica, a repetição das mesmas coisas no seu dia-a-dia.

Obs.: estatura média e compleição curvilínea bem delineada, tendendo para o sensualismo. 

 

 * Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.