quinta-feira, dezembro 12, 2013

Rainha do Mar


Obrigado Mãe Iemanjá por todas as bençãos, alegrias e conquistas.
Pela proteção, amor e compaixão.
Que sejamos dignos de seu manto de puro amor e que as ondas do mar lavem todos os pensamentos e atitudes negativos.
Adociá minha Mãe querida.
Quem nunca deixa seus filhos sofrer.
Saravá!

terça-feira, dezembro 03, 2013

Eparrei Iansã!!!!

Senhora da chuva, da tempestade e to vento.
Aquela que lutou ao lado de Xangô.
A mais fiel de todas as esposas.
Moça bonita, guerreira e que nunca abaixou a cabeça à ninguém.
Oyá Iansã, Orixá justiceira.
Aquela que espanta os Eguns com a barra de sua saia.
Santa Bárbara virgem dos cabelos louros.
Salve a força, vitalidade e a energia purificadora dessa Orixá esplendorosa!
E hoje e todos os dias sejam abençoados por nossa mãe Iansã.
Eparrei!!!!!!!!!



domingo, novembro 17, 2013

A Fé

A Fé é um processo que vem sendo determinado e medido inclusive pela ciência através de experiências feitas em inúmeros países. A fé e o poder da oração feita com fé já foram testados em casos de saúde e demonstraram sua efetividade. A fé, no entanto, não pode se confundir com ansiedade. Muitos dizem ter fé, mas na verdade estão ansiosos, desejosos, torcem para que aquilo que desejam ocorra, mas não com fé, com desejo, vontade, etc.

Quantos, na demora no atendimento à sua vontade, emitem conceitos negativos (do tipo, somente eu não consigo, acontece somente comigo, como sou infeliz, etc.) Que vão para o espaço, e retornam à mesma pessoa, seja pela emissão de vibrações negativas. Tudo isso acontece pela falta de fé, confundida com a ansiedade que tem na busca de solução para seus problemas pessoais.

A fé não é crer em Deus. É saber que Ele existe e está presente em nossa vida todo o tempo. Deus não se afasta de nós, nós é que nos afastamos dEle, através da desarmonia de ações, de energia e de valores. Aquele que realmente tem fé treme e balança, mas não cai: “filho de umbanda balança, mas não cai”. Essa frase de um ponto histórico, conhecido por, provavelmente, todos os terreiros existentes no Brasil, dá uma demonstração do que significa a fé para um umbandista. Mesmo nas horas mais difíceis da vida ele se vale de suas entidades e, sobretudo, de deus (olorum, zambi, obatalá, tupã) e quando percebe já ultrapassou aqueles momentos que considerava impossíveis de superar. Essa é a fé que diferencia e que resguarda dos malefícios do mundo.

Por Pai Solano de Oxalá.
 
*Fonte: Religião Umbanda

quinta-feira, novembro 07, 2013

Cambone: o pilar da Umbanda

 
Falar dos irmãos e irmãs cambones é um privilégio e um imenso prazer. Ainda que muitas vezes eles passem despercebidos aos consulentes e assistência durante um trabalho, são os cambones os grandes responsáveis pelo bom andamento de um trabalho. Pois é, são de fato, a viga mestre do trabalho.

Cambone ascendendo cachimbo para o Vovô.


Cambones (ou cambonos e cambonas) são os médiuns preparados e consagrados ao trabalho de auxiliar e servir aos Mentores e Guias durante os trabalhos. São preparados para a doutrinação de espíritos menos esclarecidos, são treinados para terem uma concentração excepcional para o auxílio na firmeza do ritual.
Quando chega uma entidade em terra que não fala a língua portuguesa, somente o cambone preparado poderá entender o que a entidade está falando. Não quer dizer que o cambone vai saber falar várias línguas desconhecidas e até desaparecidas no tempo. O que ocorre é que o cambone cria uma ligação espiritual com a entidade em questão, onde a mesma conversa ocorre telepaticamente.
Somente os cambones preparados têm a outorga de auxiliar as entidades magísticas, manipulando e contribuindo na realização de magias ou manipulação de elementos diversos. Seu corpo espiritual, assim como o médium incorporante, recebe uma preparação especial antes de seu reencarne para que possa ter estrutura e aguentar os entrechoques do astral.
Faço toda esta exaltação porque estou cansado de ver irmãos cambones
questionarem sua condição, e pecam ao dizer: “Meu trabalho é dispensável, só
sirvo! Qualquer um pode fazer isto (…)”; bem, esta não é a verdade. Caso contrário realmente seria uma baderna se qualquer pessoa pudesse servir aos Mentores.  Como exemplo, um médico faria uma cirurgia sem as enfermeiras? O que seria de um empresário sem uma eficiente secretária? Ou como seria do câmera man sem o caboman? Entendem? Por menor que pareça a participação do protagonista, é tão fundamental quanto a presença do ator principal.
Saibam que uma entidade quando incorporada, traz consigo vários espíritos que lhe auxiliam durante os trabalhos, os quais podemos chamar de cambones
espirituais. Se não fossem eles, seria uma loucura e impossível uma entidade
trabalhar. Já pensou? Um caboclo precisa de uma energia tal, aí ele desincorpora e vai buscar; aí, volta e incorpora, e assim por diante. Imaginem!
Loucura, não!?!
Pois é, senhores e senhoras cambones, conscientizem-se de que são muito importantes num trabalho espiritual, e isto não é demagogia, mas saibam que como os médiuns incorporantes vocês devem ser preparados e buscarem sempre o maior esclarecimento e estudos acerca da espiritualidade.
São vocês médiuns auxiliares, que doam energias o tempo todo, ainda que não percebam. Um trabalho de Umbanda é formado pelo médium, cambone e a entidade espiritual, o triângulo de um trabalho.
Recebam meu sincero abraço fraterno, todos os cambones que militam nesta seara do amor e fé!
Salve a Umbanda!  Saravá
 
*Fonte: Umbanda, eu curto!
Autor: Rodrigo Queiroz
 
 

segunda-feira, outubro 21, 2013

Quer colaborar? Seja bem vindo!


***Depoimentos de Umbanda é uma nova sessão do blog dedicada a mensagens e relatos de umbandistas ou seguidores dessa linda religião que é a Umbanda.
Se você está interessado em colaborar com esta sessão do blog, por favor envie seu depoimento via e-mail para: Depoimentos de Umbanda thifsa@hotmail.com ou blogaldeiadosultao@hotmail.com.
Os textos serão submetidos à verificação ortográfica e edição de acordo com a necessidade.
Não deixe de dividir sua história e seu conhecimento.
Saravá.
Aldeia do Sultão 

Quotidiano Umbandista - Palco Umbandista

 
“Respeitável público” ou “E agora com vocês...” poderia ser a forma de ser anunciada algumas giras em algumas casas.
Um médium vai sair de casa hoje, é Sábado à noite e uma enormidade de terreiros está dando toque.
São tantas casas e tantos horários que poderia ser feito um itinerário, e ele já sai de casa pensando nisso. O toque da casa a qual ele pertence é durante a semana e não parece ser suficiente, e no Sábado ele precisa aumentar sua carga horária de incorporação. Sente a necessidade de por onde passar declarar a todos os presentes que ele é do Santo.
Sua primeira parada é perto de casa, gira de Caboclo, não tem problema, debaixo da jaqueta a camisa branca e debaixo da camisa um fio de contas, isso não pode faltar.
É só entrar para um passe e lá se vão vinte minutos de apresentação, com direto a fumar e beber as custas da casa. Encerrado o primeiro ato, ruma para a próxima casa e que ótima surpresa, a gira é de Exu. Agora merece uma produção maior, o suposto compadre chega lá fora, afinal chamará mais a atenção, e aí se vão quarenta minutos de demonstração de um médium firme que sabe o que faz.
Mesmo cansado não tem porque parar, no próximo palco, digo, terreiro está os Baianos e é a vez de cantar e dar palpites. E vamos em frente que ainda não passa das onze, e tem muita personagem, digo, entidade para passar.
Normalmente acompanhado de um irmão, hoje está sozinho, mas não menos entusiasmado, não vai deixar a oportunidade passar.
Talvez, com esse acúmulo de milhagem espiritual ele cumpra a missão dele antes de mim. Será?

Meu Axé a todos. Salve a Umbanda!                                                28 / 08 / 2002

 

 
O Jornal Tambor foi uma das publicações direcionadas à religiões afro-descendentes mais importantes no início dos anos 2000. Criado e idealizado pela Yalorixá Sandra Epega o jornal sempre pregou pelo diálogo inter-religioso, cultura de paz e sempre deu espaço para todos as tradições religiosas.
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.

 

domingo, outubro 13, 2013

Oxum

Senhora dos rios, do amor e da beleza.
Aquela que permite que a mulher se torne fértil assim como a terra e os animais.
A mulher mais importante da aldeia, à quem os mais velhos dos homens pede conselhos.
Oxum, dona do ouro e da água doce.
Nos abençoe hoje, amanhã e todos os dias.
Que seu manto sagrado seja nosso refúgio de paz e abrigo.
Que no doce cantar e dançar de Oxum encontremos a paixão que nos faz viver e buscar nossos objetivos.
Ora iê iê mamãe! Ora iê iê Oxum!
Que sejamos todos merecedores de seu axé.



sexta-feira, outubro 11, 2013

Hoje é dia de festa - na Nova Zelândia.

Como muitos sabem, umas das partes operantes deste blog é nosso irmão Thiago que mora na Nova Zelândia e é filho da Aldeia do Sultão desde sempre.
Há alguns anos ele tem "levado ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá" e fazendo a Umbanda presente em terras estrangeiras.
Como não poderia ser diferente a festa em homenagem à Cosme e Damião também aconteceu do outro lado do Pacífico.
Uma festa pequena mas cheia de alegria e fé.


O espaço enfeitado e pronto pra festa.

A mesa de Cosme e Damião.

Elisangela e Thiago

Alegria de Ibeji

Soltando os balões com pedidos e agradecimentos.
Que Ibeji, Cosme e Damião possam abençoar à todos e trazer muita felicidade em nosas vidas.
Saravá!

segunda-feira, setembro 30, 2013

Hoje é dia de festa!

Um pouco da festa em homenagem à São Cosme e Damião na Aldeia do Sultão de 2013.
Mais uma festa de muita fé, fartura, prosperidade e muita alegria!
Nossas crianças mais uma vez encheram a casa com sua energia contagiante e a pureza que eles tem.
Agradecemos à todos os filhos e amigos da casa que por mais um ano fizeram a uma festa maravilhosa.
Saravá Cosme e Damião!!!

Casa cheia e enfeitada para as crianças.

Mesa de doces para os queridos cosminhos.

Brincando de roda.

Soltando os balões com nossos pedidos e agradecimentos.

São Cosme e São Damião


Santos Cosme e Damião, os santos gêmeos, morreram em cerca de 300 d.C. Crê-se que foram médicos, e sua santidade é devida por exercer a medicina sem cobrar por isto e por terem morrido pela fé. Sua festa é celebrada atualmente no dia 26 de setembro pela Igreja Católica, no dia 27 de setembro pelas religiões afro-brasileiras e no dia 1º de novembro pela Igreja Ortodoxa.
Há relatos que atestam serem originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Um estudou Medicina e o outro Farmácia na Síria e depois foram praticar em Egéia. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".
Exerciam a medicina e farmácia na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anárgiros, ou seja, inimigos do dinheiro.
Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.
Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Uma das fontes relata que eram dois irmãos, bons e caridosos, que realizavam milagres e por isso teriam sido amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos.
Segundo outra versão, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Lenda: Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles que em troca pediam doces, balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Deus que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, Deus resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Na mitologia grega, há muito se cultuava esses santos, havendo registros, desde o século V, quando esse culto já estava estabilizado no Mediterrâneo, de cultos que relatam a existência, em seus cultos, de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Alguns grupos concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a superstição que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagão.
O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".
Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume, principalmente no Rio de Janeiro, de dar doces e brinquedos às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados. Na Bahia, as pessoas comemoram oferecendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança.
A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoriáveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa de santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois, considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado dia 27, preferiram não pôr as duas Memórias na mesma data. São Vicente ficou com o dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já Santos Cosme e Damião, como não se sabe a data de morte deles, tiveram sua Memória movida para o dia 26 de setembro. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras que também os cultuam, como o Candomblé e a Umbanda, continuam a comemorá-los no dia 27. Apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro.
Cosme e Damião também são celebrados pela Igreja Ortodoxa, mas há três pares de santos Cosme e Damião celebrados por essa Igreja. O mais comumente associado a santos Cosme e Damião médicos na Síria é celebrado em 1º de novembro, como Santos Cosme e Damião da Ásia Menor. Mas há uma celebração em 17 de outubro, de Santos Cosme e Damião da Cilícia, e outra em 1º de julho, de Santos Cosme e Damião de Roma. Os três pares são da classe dos santos anárgiros, isto é, "desapegados do dinheiro", o que faz com que se pense que os três se referem ao mesmo par.
São considerados no Brasil os Santos padroeiros dos Farmacêuticos e Médicos. A bonita história de São Cosme e São Damião - que por sua vez é marcada por visões diferentes, dependendo da crença de cada religião - demonstra a complementaridade e interdependência que as profissões irmãs, a medicina e a farmácia, possuem. Talvez o sucesso atribuído às curas milagrosas dos irmãos gêmeos, na idade média, nada mais fosse do que a antecipação da divisão do trabalho, ocorrida apenas no século XIII, onde a farmácia foi separada oficialmente da medicina e considerada uma profissão.

quinta-feira, setembro 12, 2013

Aprendendo sempre - O Lixo Umbandista



Na prática da Umbanda, a oferenda é um dos atos mais sagrados de conexão entre os fiéis e as Divindades. Toda religião tem sua prática ofertória, quer seja uma fruta no Congá ou até uma nota de R$ 10,00 no envelope. Não importa: este é um ato de oferta, um ato de fé, e cada religião tem a sua leitura própria de como deve ser esta prática.

Nas religiões naturais, de culto a Deus e Divindades na natureza, no geral se pratica a oferenda daquilo que vem da natureza, ou seja, flores, frutos, grãos etc. A Umbanda é uma religião natural. Nela, se entende a natureza física como dotada de pontos de força, um verdadeiro santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos Orixás. Assim, encontramos variadas formas de oferendas e para diversos fins: energização, descarrego, abertura de caminhos, prosperidade, amor e por aí vai. O fato é que oferenda está presente no dia a dia do Umbandista.

Já que é tão comum o ato ofertório principalmente depositado na natureza ou nos pontos de força como cachoeiras, matas, bosques, mares e encruzilhadas, fica a pergunta: o umbandista foi sendo preparado para ter consciência ambiental?

Nunca se falou tanto em meio ambiente, efeito estufa, caos planetário como nestes últimos anos. Todavia, se não fosse algo tão sério não se falaria tanto. Claro que podemos ajudar muito fazendo cada um a sua parte, como diminuir o tempo do banho, selecionar o lixo, diminuir o uso do carro, entre outras ações. Mas é realmente preocupante o que fazem por aí os umbandistas e demais religiões quando entram na natureza para uma prática sagrada e acabam profanando o espaço sagrado. É isso mesmo, profanando !

Você já observou a quantidade de lixo que fica no pé da árvore ? Na beira do rio? Assustado? Como é que falo lixo??? Sim, é lixo mesmo !

Este artigo vai ser assim mesmo, um tanto indigesto. É para provocar náuseas e quem sabe, ao final, no seu vômito, você comece a evitar que os Orixás continuem tendo que tolerar nosso lixo.

Vamos à parte prática. Reflita comigo, OK?

O conceito de oferenda é o ato religioso de interação do fiel com seu Guia, Orixá e forças da natureza. Energeticamente, o Prana das oferendas é usado em benefício de quem oferenda ou para quem se destina, ou seja, quando uma oferenda é feita para um terceiro. Magisticamente é a movimentação de energias e elementais em benefício próprio ou de outrem. Isso é a síntese prática de como funciona a oferenda. A Umbanda é o culto à natureza e na oferenda colocamos tudo que é natural.

Partindo deste pressuposto fica claro que o conjunto geral da oferenda deve ser um ato salutar para todos os envolvidos, ou seja, o fiel, a natureza e o Orixá. Pense: os pontos de força naturais são as casas dos Orixás, como a mata está para Oxóssi, o mar está para Iemanjá, as cachoeiras estão para Oxum, as pedreiras para Xangô e assim por diante.

Oferendar também é uma forma de presentear. Você gosta de receber presentes e eu também, porém no final a embalagem jogo no lixo e fico com o que é usual no presente. Sejamos práticos e objetivos: o saquinho plástico não é oferenda. A garrafa não é oferenda. Os descartáveis não são oferendas.

O que é oferenda? Resposta: as flores, frutos e comidas.

Se a Umbanda vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la. Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas com o umbandista a coisa vai mais longe: ecologia é preceito religioso (e isso significa muita coisa).

O respeito com a diversidade ritualística que encontramos em nossa religião não pode ser confundido com tolerância aos abusos. Porém, antes de julgar precisamos orientar. Sei que existem muitos conceitos sobre oferendas e posturas dentro dos campos sagrados. Certa vez me falaram que tudo que entra na mata não pode sair, ou seja, aquelas dezenas de sacolinhas plásticas que serviram apenas de condutores materiais tinham que ficar lá. Os copos plásticos, garrafas e bandejas de isopor também. A justificativa: não tirar carrego da mata! Oras, ou aquele lugar é sagrado e como tal é benéfico, ou é profano e prejudicia;, temos que definir isso na mente.

Pelo lado energético eu pergunto: o que vai me atrair negatividades? São as sacolinhas (que por sinal são isolantes) ou minha vibração mental e emocional ? Se é a opção dois, então qualquer ambiente me fará mal, certo?

Então vamos descartar esta obrigatoriedade de poluir o espaço sagrado, até porque esta prática é mais atual do que parece. Os antigos zeladores do Culto de Nação e vertentes afros, anterior à Umbanda, ensinavam que as oferendas deviam ser depositadas sobre folhas de bananeira, chapéu-de-couro (a erva) ou folhagens do Orixá ofertado. Isso é sabedoria natural. Não existiam ainda campanhas ambientais. Mais que isso: eles ensinavam que para natureza só vai o que ela ofertava. Os elementos orgânicos se decompõem no solo e viram adubo, muitas vezes as sementes brotam e uma nova vida nasce naquele ambiente.

Contudo, hoje não vemos isso. O que encontramos são garrafas estilhaçadas ao redor de árvores, panos nobres servindo de toalha para o “banquete divino” e muitos descartáveis que não oferecem nenhuma utilidade. Além de cuidar do meio ambiente, precisamos zelar pela boa imagem da religião. Pois, para aqueles que não são adeptos, quando chegam em ambientes com este, os “restos” criam uma imagem bastante distorcida do real significado das oferendas.



QUESTÃO DE POSTURA

Há algum tempo foi notícia em Porto Alegre (RS) uma oferenda na beira do rio Guaíba contendo 77 cabeças de bode. Claro que sabemos que não tem nada de Umbanda nisso, mas não foi isso que a mídia local divulgou. Também em Curitiba (PR) foi proibida a entrada de umbandistas para prática de oferendas numa reserva florestal, devido ao excesso de lixo não orgânico deixado na natureza (e nem preciso citar as milhares de encruzilhadas diariamente forradas por elementos nada agradáveis).

Muitas vezes estes excessos provém da Umbanda. No entanto, já foi manchada a nossa imagem e precisamos de postura real e firme, no dia a dia do fiel umbandista, aliado a divulgações e mídias que mostrem como realmente a Umbanda deve se portar frente à natureza.

Em São Paulo, Capital, dois cemitérios ganharam há seis anos um Santuário de Obaluayê/Omulu para os fiéis promoverem seus cultos e oferendas. No entanto, tivemos notícia que estes espaços serão desapropriados devido à depreciação do ambiente e a quantidade diária de animais mortos despejados ali. Precisamos erradicar a má prática ofertória, para só depois conseguir mudar a imagem social.



FAZENDO A DIFERENÇA

Foi preocupado com a violência urbana, privacidade e meio ambiente que Pai Ronaldo Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, fundou há 30 anos o Santuário Nacional da Umbanda, um espaço que na origem era uma imensa pedreira com terra seca, hoje todo reflorestado com árvores tópicas, cachoeiras, rio e uma imensa área verde. O umbandista tem toda liberdade e privacidade para realização de seus cultos e oferendas, inclusive em praças específicas para cada Orixá ou Linha de trabalho. Hoje, 263 terreiros estão construídos nesta área e há 40 lotes disponíveis para aluguel diário aos interessados em fazer trabalhos na natureza. É aberto ao público geral sem restrições.

Lá sim, você pode fazer uma oferenda com panos, pratos, descartáveis, vidros etc, pois o Santuário conta com uma equipe de funcionários responsáveis pela limpeza e coleta seletiva. O que é reciclado tem seu destino certo, o que é orgânico vira alimento para o minhocário que produz o adubo utilizado para o plantio de 300 mudas mensais e faz parte do reflorestamento da Mata Atlântica que o Santuário mantêm.

Pai Ronaldo informa que o Santuário tem um compromisso muito sério com o meio ambiente, por isso são feitas três coletas semanais de lixo, totalizando uma média de 8 a 10 toneladas de puro lixo. Não está incluso nesta conta os recicláveis, orgânicos e alguidares. Em épocas de festas chega coletar quase o dobro disso. Todo esse lixo vem das 2 a 3 mil pessoas que frequentam semanalmente o Santuário.

O mais interessante é como se aproveita a maioria dos materiais que seriam lixo. Os alguidares são limpos e triturados para servirem de cascalho nas estradas internas do parque. Louças, pratos, copos, etc, também são limpos, desinfetados e defumados pela Mãe de Santo Dona Luiza, que separa tudo e encaminha para várias instituições de caridade.

Já os recicláveis são selecionados pelos funcionários que dividem o lucro da venda destes produtos (que não é pouco); sai um caminhão por mês cheio de garrafas e até duas toneladas de plástico, papel e latas. Se juntássemos tudo isso, o peso seria em média de 25 toneladas ao mês de “lixo”, evitado de ser despejado e destruir a natureza.

Próximo à cachoeira, uma placa alerta os visitantes: “O lixo traz o rato, o rato traz a cobra, a cobra traz a morte”. A limpeza das oferendas é feita sempre com o prazo mínimo de 24 h após ser arriada. “O umbandista não precisa de uma catedral como só o gênio humano é capaz de construir. Só precisa de um pouco de natureza, como Deus foi capaz de criar”, frisa Pai Ronaldo.

Em Juquitiba, interior de São Paulo, a União de Tenda de Umbanda e Candomblé do Brasil, presidida pelo Pai Jamil Rachid, construiu o Vale dos Orixás com o mesmo fim, porém, restrito aos filiados da federação. Pai Jamil afirma que, por mês, cerca que 2.000 filiados utilizam este espaço.

Em Bauru (SP), a Federação Umbandista Reino de Oxalá, presidida por Pai Rubens Amaro, há oito anos fundou o Vale dos Orixás. Infelizmente pelo tamanho do nosso corpo religioso são poucas as iniciativas para “privatizar” santuários naturais e trazer conforto, segurança e ecologia para nossa comunidade. Mas se você reside distante destes espaços se adapte e faça a diferença.



DICAS DE BOM SENSO

De forma geral, os umbandistas se utilizam da natureza pública, pois poucos tem acesso aos recintos privados como citamos. Portanto, todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.

Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde irá arriar sua oferenda, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente. Coloque os elementos e comidas sobre as folhas. Dispense pratos ou coisas do tipo. Os líquidos coloquem em copos descartáveis. Acenda as velas e prepare tudo.

Não há resultado em oferendas feitas às pressas, lembre-se que este é um ato sagrado e com dedicação deve ser ministrado. Então, faça as preces, cantos e pedidos com tranqüilidade. Normalmente na natureza em 30 a 40 minutos as velas já queimaram, ótimo. Recolha as borras e coloque no lixo. Antes de sair, jogue o líquido dos copos ao redor da oferenda, os descartáveis vão pro lixo. Faça o mesmo com garrafas e demais elementos. Certifique-se que ficará na natureza apenas material não poluente.

Seguindo esse preceito deixaremos de agredir a natureza sem perder o ato sagrado e ainda alegrar o Orixá. Não apoie velas no tronco das árvores, você pode matá-las. E lembre-se: LIXO NO LIXO !





CONCEITOS DE OFERENDAS E A NATUREZA

No livro Rituais Umbandistas de Rubens Saraceni, o autor cita que ”o ato de fazer uma oferenda ritual a um Guia Espiritual em um ponto de força abre a possibilidade de recorrer à própria hierarquia e às forças da natureza, tanto para auxiliarem seu médium como para socorrerem as pessoas que atender.” Ele ainda complementa que “a oferenda ritual atua como uma chave de abertura e de religação do médium com o Orixá (…)”

O espírito Ramatís no livro A Missão da Umbanda, elucida que “na cosmogonia das religiões africanistas, especialmente a Iorubá, o ato de “arriar” uma oferenda estabelece e perpetua uma troca de força sagrada entre dois mundos: o divino oculto e o profano visível; tudo é energia e tem mais afinidade com este ou aquele Orixá. Essa energia deve estar sempre em movimento em ambos os sentidos: entre o plano concreto – material e o invisível – astral. Assim como a água em seu ciclo sucessivo de chuva, evaporação, resfriamento e degelo, a dinâmica de transferência energética é considerada essencial e parte da vida.”

Observamos dois autores que ao tratar das oferendas convergem no mesmo ponto: a grandiosidade e sacralidade da oferenda e dos pontos naturais.

                                                                
                                                                                              *Por Rodrigo Queiros, Umbanda, eu curto!



TEMPO DE “INDIGESTÃO” DAS OFERENDAS



                                                                          








domingo, setembro 08, 2013

Quotidiano Umbandista - Linha de Produção

 
É dia de uma das giras mais populares da Umbanda, há aqueles que a renegam e outros que só falam dela, a gira dos Exus, dos compadres, dos homens da encruzilhada e de suas companheiras de encruza, as Pombagiras.

Os trabalhos ainda não começaram, mas lá fora as pessoas lotam os bancos da assistência, vieram pedir, agradecer e observar essas entidades que tanto fazem sucesso, por seu comportamento, sua força e suas realizações.

Os trabalhos estão correndo normalmente, Ogum já abriu os caminhos e nada de ruim acontecerá, os Exus já estão em terra, fumam e bebem e se preparam para iniciar as consultas. Entre os freqüentadores estão alguns médiuns de outra casa, vieram especialmente para espiar. Um deles vai se consultar com um Exu, fala, ouve, e antes de ir embora toda a boa impressão que tivera do Exu cai por terra, o compadre lhe dá de beber, o médium já espera o sabor forte de pinga, mas se surpreende e se indigna ao perceber que o Exu bebe água quente. A bebida queimou sua garganta, mas não subiu para sua cabeça.

Na volta pra casa comenta revoltado com seus irmãos que jamais viu e não admite Exu que beba água, Exu bebe pinga, conhaque, whisky e de preferencia em grandes quantidades. - reclama o pobre médium.

Ora, penso eu, será que existe uma Maria só no mundo? E será que todas as Marias bebem café? Por que então todos os Exus devem ter o mesmo comportamento?

Não é todo Caboclo que grita, nem todo Preto-Velho é negro. Será que todas as entidades são iguais, mas com nomes diferentes?

Meu Axé a todos. Salve a Umbanda!                                      
                                                                                            Jornal Tambor - 06 / 07 / 2002

quarta-feira, agosto 28, 2013

Aprendendo Sempre: O Congá

O congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda. Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e confiança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra, na área física do templo.
Vamos descrever as funções do congá:
 
  • atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas. Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersa suas forças.
  • condensador: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.
  • escoador: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios.
  • expansor: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.
  • transformador: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra;
  • alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes). Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.
Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.
fonte: Umbanda pé no Chão (Ramatis)

quinta-feira, agosto 15, 2013

Para Pensar e Refletir


COMO NASCE UM TERREIRO DE UMBANDA

Para explicar melhor este tema, vou contar uma breve história fictícia, mas que ocorre em muitas ocasiões.
Geralmente , o adepto de hoje da Umbanda é aquela pessoa que depois de passar por médicos, curandeiros, pastores, padres, adivinhos, gurus e outros tantos, encontra alguém que lhe sussurra ao ouvido:

- Eu conheço uma Mãe de Santo que vai resolver a sua vida.

Pacientemente, ele vai, com muita desconfiança, ao terreiro e ao chegar, encontra várias pessoas vestidas de branco e quase pensa que foi levado a um hospital, pois está diante de enfermeiros.
Passado um pouco, ele ouve os atabaques soarem e tem “inicio” uma cantoria”, totalmente desconhecida para ele.

Depois de ouvir alguns cânticos, algumas pessoas vestidas de branco se ajoelham, batem no peito e soltam um grito longo e estridente; outras se abaixam como tivessem muita idade.
Nesse momento, ele está muito confuso e pensa que foi parar num manicômio. Sente uma vontade enorme de se ir embora, mas alguém o chama e resolve entrar.

Alguém lhe diz:
- Venha falar com o Preto Velho.

-Com quem? Pergunta ele, sem entender nada do que se passa á sua volta.
- Com o “Pai João”, - esclarece a pessoa vestida de branco.

Ele olha para a frente, e para os lados do terreiro, e fala:

Não vejo nenhum Preto Velho, - nem vai ver, responde a pessoa de branco – ele está incorporado na “Mãe Laurentina”, o chefe do terreiro.

- Venha, ele está á sua espera.

Ele, então, ajoelha-se à sua frente, em um banquinho de madeira, e leva logo com uma baforada de cachimbo na cara. Não consegue entender nada do que fala a entidade, pois é um tal “mi zi fio” e “mi zi fio” para cá e para lá, e nada......não entende nada mesmo. Finalmente, um Cambono percebe o embaraço em que se encontra e, traduz tudo aquilo que o Preto Velho falou.

Após alguma conversa com a entidade, ele fica a saber que é médium e que necessita de se vestir de branco para começar a trabalhar no terreiro. Se ele for uma pessoa vaidosa, vai pensar:
“Que bom, sou médium”. Mas se é uma pessoa humilde, pensa: “E agora? O que é que eu faço com isto?”

Mais tarde, o cambono explica-lhe que, ao começar a trabalhar no terreiro, a sua vida irá melhorar gradualmente.
Como ele já passou por vários lugares e nada mais tem a perder, concorda com a idéia e, na semana seguinte, já começam os seus trabalho de Desenvolvimento Mediúnico.

Após algum tempo de trabalho espiritual, tal como cambonear as Entidades, e desenvolvendo a sua mediunidade, ele sente a sua vida mais equilibrada e quando menos espera ajoelha-se, bate no peito e grita. Ocorre nesse momento, a sua primeira incorporação. Passa o tempo e ele servindo de “cavalo” às suas entidades, começa a aprender o porquê da ritualística, e começa a entender melhor a Doutrina Umbandista.
Num tempo inesperado, realiza o grande ritual do Bori e assenta as suas Entidades e começa a dar consultas e passes mediúnicos.Cada vez mais, as suas Entidades são procuradas pelos assistentes. Começa então o seu maior problema; os ciúmes de alguns médiuns mal preparados mental e espiritualmente.

Um dia, um desses Médiuns, chega ao pé da Mãe de Santo e diz: “Ele está a querer o teu lugar”.
A mãe de Santo determina, então muito democraticamente: “ A partir de hoje, cada médium só pode dar três consultas”. A situação torna-se cada vez mais complicada e totalmente insustentável e um dia ele pega na imagem da sua entidade e, se depara que está fora do terreiro.

Vai para casa, coloca a imagem em cima do armário do seu quarto e, se é mulher, deita-se e chora a noite inteira; se é homem, fala meia dúzia de palavrões, jura que nunca mais volta a incorporar e pensa que os seus problemas acabaram. Grande Engano: é aí que eles começam.
Alguns assistentes que se consultavam com as suas Entidades ficam preocupados com a sua ausência e começam a indagar o seu paradeiro.

Alguém chega a estas pessoas e diz: ”Olha, ele não trabalha mais aqui, mas sei aonde ele mora”. Começa então uma romaria a casa do médium e essas pessoas pedem-lhe que os ajude, pois estavam a ser consultadas pelas suas Entidades e os trabalhos ficaram pela metade. Pedem então que o médium incorpore pelo menos uma vez para terminar o trabalho que tinha sido começado.
O médium tira a imagem de cima do armário e, ali mesmo, na sala ou na cozinha, incorpora as Entidades para atender aquelas pessoas.

A procura pelo médium torna-se cada vez mais intensa e os trabalhos passam a ser realizados na garagem. Nessa altura, alguém mais preocupado diz: “Vamos abrir legalmente um terreiro antes que a polícia nos prenda”. Está funcionando mais um terreiro de umbanda com seus novos adeptos.
Quando o terreiro é bem dirigido, cresce material e espiritualmente, aumentando cada vez mais o número de médiuns, cambonos e assistentes. Se o terreiro não é bem dirigido, dará origem a novos médiuns descontentes, que possivelmente, originarão outros terreiros.

Esse é um dos motivos do crescimento da Umbanda, muitas vezes de forma desordenada, muitas vezes sem a devida preparação de seus dirigentes.
E sem entender nada, a sua missão estava realmente a começar......!

Texto extraído do livro "Iniciação á Umbanda" de Ronaldo Antonio Linares, Diamantino Fernandes Trindade e Wagner Veneziani costa - Editora Madras

sexta-feira, agosto 09, 2013

Aprendendo Sempre - Amaci ou Coroação

O Amaci é preparo para os filhos da Umbanda. As ervas utilizadas e as iniciações junto à Natureza têm por finalidade a renovação energética, tanto no corpo astral quanto no mental.
Em geral, o Amaci é destinado apenas aos filhos que já trabalham na corrente mediúnica, ou seja, para os médiuns que já têm convicção de que o caminho para auxiliar é levar luz
para os seres vivos é a Umbanda.

A utilização do Amaci, o ritual se dá por meio de uma lavagem... da cabeça, um banho no chacra coronário, trazendo a vibração do Orixá para mais perto desse filho. Junto com a lavagem existem outros ritos que têm a finalidade de imantar e harmonizar os chacras bem como os corpos astrais e etéricos para a prática
mediúnica voltada para a Caridade.

Por Alexandre Negrini Turina
Editor – Umbanda, eu curto!

domingo, julho 28, 2013

NANÃ

 
Sei que muitos terreiros pouco cultuam e que alguns pouco conhecem esse orixá, assim, espero que com este texto consigamos nos aproximar dessa que, com tamanha força e expressão, muito pode transformar nosso íntimo.
Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, é a mais antiga de todos os Orixás, a mais velha e a mais respeitada. Historiadores afirmam que  Nanã “surge” anterior à Idade do Ferro, provocando uma relação “conturbada” com Ogum.
É responsável pelo elemento barro, que deu forma ao primeiro homem e a todos os seres viventes da terra.

 
Dizem que quando Olorum, o ser Supremo, encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, Oxalá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o Homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o Homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o Homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde ela morava, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o Homem e o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixás povoou a terra.
 
Com o barro, Nanã propicia o uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver a cultura.
Orixá que auxilia as passagens difíceis da vida, que pode trazer riquezas assim como a miséria, é a própria evolução do Ser, o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte. Nanã tanto rege a vida como a morte, sequências da mesma realidade.
Pertencem a Nanã os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, entretanto, o que a melhor sintetiza é o “grão”, pois, além de Nanã possuir domínio sobre a agricultura e desenvolvimento do homem, todo “grão” tem que morrer para germinar. Nanã é que dá nascimento às sementes permitindo transmutação e transformação contínua para que nada se perca.
Nanã é considerada a Divindade da Lua Escura, essa Lua também é chamada de fase Balsâmica que tem como atributo a energia passiva, receptiva e libertadora propiciando o esquecimento do passado para se direcionar ao futuro. Assim, como Nanã Buruquê, libertar o passado para iniciar um novo ciclo, com consciência e clareza.
A mais controversa no panteão africano, Nanã ora é perigosa e vingativa, ora doce e acolhedora. Sua terra se transforma em lama e é da terra que nascemos, para terra que seremos levados ao morrer. É a Grande Mãe de onde tudo nasce e tudo retorna.
Dona da sabedoria e da justiça que vem da natureza, age com rigor em suas decisões, oferece segurança, mas não aceita traição, sua lei é implacável.
 
No início dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás,uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda: Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: – Volte já para o seu caminho, rapaz! – Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades – Para passar por aqui tem que pedir licença! – Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. – Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: – O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço.
O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: – Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessá-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiram a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: – Ogum não passou!
 
Ufa… Espero que toda essa vibração, energia e sabedoria cheguem ao íntimo de cada um e que aproveitem bem cada ciclo e oportunidade da vida lembrando que, incontestavelmente voltaremos para o mesmo lugar.
Assim, só peço a Nanã que nos permita “voltar” melhor.
 
*por Mãe Mônica Caraccio - Fonte: Minha Umbanda

sexta-feira, julho 12, 2013

Mais sobre o Atabaque - Toques

 
 
 
 
*Fonte: Pontos de Umbanda - Escola de Ogans

O Atabaque e o Ogã

O atabaque pode ser tocado com as mãos ou ainda com baquetas / varinhas especiais feitas de galhos de goiabeiras ou araçazeiros. Seu nome tem origem árabe at-tabaq que significa prato. É feito com a madeira da gameleira.
Na madeira o axé de Xangô, nos aros de metal a força de Ogum e Exu e na pele de origem animal a influência de Oxossi.
Run – é o maior atabaque com som grave. Run significa rugido.
Rumpí – é o intermediário com som mediano. Run significa rugido e pi imediatamente.
Lé – é o menor atabaque e tem o som mais agudo. Lé significa pequeno.
O Run é responsável pelo solo musical. Os outros Rumpí e Lé dão suporte e manutenção do ritmo, assim como repiques e variações.
Não devem ser tocados por pessoas não preparadas para esse fim pois poderia acarretar uma quebra de energias existentes no instrumento ou ainda na transmissão de vibrações que não seriam benéficas à pessoa despreparada.
Não é qualquer um que pode ser Ogã. Os Ogãs possuem a capacidade de ativar energias, devem ser conhecedores de rezas e fundamentos de cada Orixá, além de saber a hora certa de entoar cada canto e toque, de acordo com a necessidade do trabalho.
O mais importante é o ogã ter amor, dedicação e buscar sempre o conhecimento.
Ogã tem mediunidade. O que lhe difere da maioria dos médiuns é que a mediunidade se manifesta através do “Dom Musical”.
Mediunidade de Lucidez Artística Musicista, age em especial nas mãos e braços em ogãs de couro ou nas pregas vocais em ogãs de canto. Quando preparadas pelas entidades estas regiões são irradiadas e iluminadas pelas forças astrais. Como qualquer médium, veio com uma missão predeterminadas pelas forças superiores. Todo ogã tem obrigação de cuidar de e buscar o aprimoramento de seu dom. Seu desenvolvimento e crescimento mediúnico dependerão exclusivamente de si próprio, pela disciplina, força de vontade, fé e respeito para com as obrigações.
Os Ogãs também podem manifestar mais de um tipo de mediunidade.

 Na umbanda, de certa forma, é natural encontramos ogãs que além do dom musical possuem a mediunidade de incorporação.
É importante salientar que quando começam a sés, devem a irradiação de seus guias devem pedir autorização para deixar o atabaque e incorporar , prevenindo assim problemas na sessão.
Outros tipos de mediunidade também podem se desenvolver como vidência, cura, intuição etc. o mais importante é cumprir o seu dever com amor no coração.
Que os ogãs levantem suas mãos aos céus e agradeçam a zambi pelo dom divino que tem, pois é através de suas mãos e canto que os sons sagrados fluem na aruanda dos orixás.
Dentro da casa, o ogã deve dar o bom exemplo disciplinar. Deve estar concentrado naquilo que faz, evitando conversas alheias aos trabalhos realizados. O respeito as entidades é primordial. Quando uma delas estiver passando uma mensagem aos membros da casa, os atabaques devem ser silenciados de modo que se facilite a compreensão de todos.
Pontos de louvação são cantados os orixás e guias.

Pontos de saudação para homenagear o conga, a religião, ogãs.

Pontos de firmeza solicitam as energias do astral superior,.

Pontos de descarrego são os pontos de defumação

Pontos de chamada para evocação das entidades.

Pontos de demanda são para quebrar demandas e cargas negativas na casa

Pontos de sotaque são como um alerta de que alguém mal intencionado encarnado ou não, está na casa. Esse tipo de ponto de forma indireta, deixa claro que a pessoa deve se retirar no local.

Pontos cruzados irradiam energias de duas ou mais linhas ao mesmo tempo.

Pontos de subida para as entidades que estão indo embora.

Pontos de encerramento são cantados no final da sessão.

Pontos especiais para visitar uma casa, agradecer uma visita.



Amaci – banho de infusão de ervas, serve para quebrar e energizar a coroa dos médiuns.
Toques da umbanda mais comuns : ijexá, cabula, barra vento, congo de ouro, samba de caboclo, samba de roda, maquelele.
Os ogãs obrigam-se a aprender o maior número possível de ritmos., facilitando a harmonização entre canto e toque. Um bom conselho é o treinamento ou seja, ensaio habitual entre aqueles que fazem parte da curimba da casa.
Quando não estão sendo empregados nos cultos, os tambores devem estar cobertos pelo Dossel de Oxalá pois é quem traz as energias divinas representativas de Oxalá. O ato de cobrí-los é um sinal de respeito aos instrumentos de maior vibração do terreiro.
Ao término dos trabalhos, os instrumentos voltam a ser cobertos.
Esta firmeza é simples e deve ser feita pelo alabê ou por outro ogã autorizado ou ainda pelo dirigente espiritual. O ‘;único material utilizado é um defumador em tablete ou incenso. Defumam-se os atabaques saudando em cada um seu orixá correspondente. O incenso é colocado embaixo do atabaque, reza-se um pai nosso e uma ave Maria,.
Para trazer mais força e vibração aos ogãs, mãos e couro do atabaque, no final da sessão o ogã deve levantar seu atabaque em frente ao altar para Oxalá solicitando que a carga seja levada para o fundo do mar de Iemanjá. Depois, colocam-se os atabaques no lugar, coloca-se pemba nas mãos e no couro deixando até a próxima sessão.
Para energizar as mãos, coloca-las sobre o altar com as palmas pra cima, firmando a cabeça e pedindo que Oxalá ilumine a você e a sua mediunidade.
Água benta nos couros para limpeza, isso é da Umbanda, ou lavar o couro com água do mar para quebrar as forças negativas.
Muitas vezes o atabaque funciona como um para raios, atraindo forças que certamente atrapalhariam o terreiro e apesar de toda preparação, firmeza e proteção que neles possa existir, ainda assim seus operadores poderão sofrer certas influências. Por isso as guias são utilizadas também pelos ogãs. As cores da guia de um ogã correspondem as cores dos orixás da casa. Por exemplo : Iansã, Oxalá e Oxossi : miçangas vermelhas, brancas e verdes.
Na umbanda, a guia de exu não deve ser colocada passando pela cabeça e sim pelos pés, de baixo pra cima, pois somente os orixás tomam conta da coroa do médium.
Demanda é a ação contra algo ou alguém. Devemos tomar o máximo de cuidado pois a inveja e o mau olhado são males tão nocivos que podem exercer uma ação muito mais eficaz que qualquer feitiçaria ou influência de espíritos vingativos e obsessores. E onde entram os ogãs nesse ponto ? pó serem sacerdotes eles precisam adquirir diversos conhecimentos porém muitos deles os aproveitam não só para se defender das forças negativas mas também para ativa-las. Um tocador mal intencionado é capaz de derrubar uma casa, de formar tamanha confusão (quizila) dentro de um terreiro que certas vezes consegue fazer com que alguns velas tombem.os tambores são tão capazes de chamar as entidades de luz quanto os espíritos mais atrasados.l tudo depende da forma como ele toca o couro e sua vontade também. É aí que os Ogãs da casa quando forem firmes no pensamento, preparados e protegidos pois aqueles que fazem sua segurança, atuam contra esse serviço sujo.
Daí vem a importância da firmeza nas obrigações, das proteções de uma boa intuição dos mãos de couro da casa. Quando o atabaque esta bem vibrado pelas forças dos orixás normalmente quem se dá mal é quem esta querendo demandar pois as energias recaem sobre ele. É a famosa lei do retorno que no caso é imediata. Adquirir conhecimento é fundamental pra todos em especial o ogã. Porem saber direcionar esse conhecimento em prol do amor e da caridade atuando contra o mal é o grande objetivo da umbanda.
Na umbanda, uma mulher tem total condições para ser uma atabaqueira. Se considerarmos que os Ogãs tem um dom divino, uma faculdade mediunica musical, esta não vem com gênero mas sim com espírito e este por ter origem na essência divina não tem sexo.

*Fonte Umbanda Sete

sábado, junho 29, 2013

Quotidiano Umbandista - Louvar e Festejar



Muitos preparativos movimentavam o terreiro há alguns dias. Estava próxima a data da festa do Orixá do Templo, Xangô, e todos os filhos vinham trazendo ingredientes e alimentos que seriam preparados para a grande festa.

Seriam feitos pratos prediletos de Xangô, muitos quiabos, camarões secos, inhames pilados, acarajés e carne de carneiro. Na véspera da festa tudo já estava no Templo sendo organizado pelas filhas da casa chefiadas pela Sacerdotisa. Nessa mesma noite o carneiro foi sacrificado, Exu recebeu sua parte antes de tudo e Xangô todo o resto. O animal foi para a cozinha ser limpo, retirar toda a barrigada, o couro, a cabeça, e as partes do carneiro foram destinadas a cada tipo de comida.

Na manhã seguinte a cozinha do Templo já estava movimentada, todas ajudando e tendo o que fazer. O trabalho não era pouco, algumas picavam, lavavam, outras cozinhavam e todas cantavam para Xangô, falavam de como tudo ficaria bonito e gostoso. Dentro do Templo o trabalho dos homens era de enfeitar a casa para a festa, com folhagens e flores das cores amarela e vermelha.

Todos estavam cansados, mas ninguém desanimava, tudo era feito com amor.

No fim da tarde deu-se início a festa, foram toques em homenagem ao dono do Templo, o responsável pela prosperidade da casa e de seus filhos. Todos estavam muito emocionados e com Xangô em terra todas as suas comidas foram trazidas e postas a sua frente para que ele as abençoasse. Estava tudo do jeito que ele gosta, comidas de seu gosto, muita beleza e fartura.

Ao fim do toque, os filhos, a Sacerdotisa e a assistência puderam comer do “ajeum” abençoado por Xangô e por todos os outros Orixás que estiveram ali, invisíveis para nós, mas partilhando com Xangô de seus presentes culinários e da demonstração de fé de seus filhos.

Enquanto todos comiam e se deliciavam com os quitutes do Rei da Umbanda e comentavam o sucesso da festa, a alegria de mais uma celebração realizada, de como o Templo estava bonito e de como estavam todos muito cansados, porém muito satisfeitos Xangô estava ali no Congá, sentado numa pedra em sua pedreira observando com satisfação todos os seus filhos comendo de sua comida, comendo com ele, mostrando o verdadeiro papel das festas de Orixá, reunir a família do Axé, louvar as Divindades, oferecer comidas e presentes a elas e partilhar de suas energias benéficas através do alimento abençoado.

Orixás felizes, filhos felizes e a casa próspera. Nada mais a pedir.
Meu Axé a todos. Salve Xangô! Salve a Umbanda!
 
 
O Jornal Tambor foi uma das publicações direcionadas à religiões afro-descendentes mais importantes no início dos anos 2000. Criado e idealizado pela Yalorixá Sandra Epega o jornal sempre pregou pelo diálogo inter-religioso, cultura de paz e sempre deu espaço para todos as tradições religiosas.
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.