quarta-feira, agosto 28, 2013

Aprendendo Sempre: O Congá

O congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda. Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e confiança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra, na área física do templo.
Vamos descrever as funções do congá:
 
  • atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas. Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersa suas forças.
  • condensador: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.
  • escoador: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios.
  • expansor: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.
  • transformador: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra;
  • alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes). Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.
Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.
fonte: Umbanda pé no Chão (Ramatis)

quinta-feira, agosto 15, 2013

Para Pensar e Refletir


COMO NASCE UM TERREIRO DE UMBANDA

Para explicar melhor este tema, vou contar uma breve história fictícia, mas que ocorre em muitas ocasiões.
Geralmente , o adepto de hoje da Umbanda é aquela pessoa que depois de passar por médicos, curandeiros, pastores, padres, adivinhos, gurus e outros tantos, encontra alguém que lhe sussurra ao ouvido:

- Eu conheço uma Mãe de Santo que vai resolver a sua vida.

Pacientemente, ele vai, com muita desconfiança, ao terreiro e ao chegar, encontra várias pessoas vestidas de branco e quase pensa que foi levado a um hospital, pois está diante de enfermeiros.
Passado um pouco, ele ouve os atabaques soarem e tem “inicio” uma cantoria”, totalmente desconhecida para ele.

Depois de ouvir alguns cânticos, algumas pessoas vestidas de branco se ajoelham, batem no peito e soltam um grito longo e estridente; outras se abaixam como tivessem muita idade.
Nesse momento, ele está muito confuso e pensa que foi parar num manicômio. Sente uma vontade enorme de se ir embora, mas alguém o chama e resolve entrar.

Alguém lhe diz:
- Venha falar com o Preto Velho.

-Com quem? Pergunta ele, sem entender nada do que se passa á sua volta.
- Com o “Pai João”, - esclarece a pessoa vestida de branco.

Ele olha para a frente, e para os lados do terreiro, e fala:

Não vejo nenhum Preto Velho, - nem vai ver, responde a pessoa de branco – ele está incorporado na “Mãe Laurentina”, o chefe do terreiro.

- Venha, ele está á sua espera.

Ele, então, ajoelha-se à sua frente, em um banquinho de madeira, e leva logo com uma baforada de cachimbo na cara. Não consegue entender nada do que fala a entidade, pois é um tal “mi zi fio” e “mi zi fio” para cá e para lá, e nada......não entende nada mesmo. Finalmente, um Cambono percebe o embaraço em que se encontra e, traduz tudo aquilo que o Preto Velho falou.

Após alguma conversa com a entidade, ele fica a saber que é médium e que necessita de se vestir de branco para começar a trabalhar no terreiro. Se ele for uma pessoa vaidosa, vai pensar:
“Que bom, sou médium”. Mas se é uma pessoa humilde, pensa: “E agora? O que é que eu faço com isto?”

Mais tarde, o cambono explica-lhe que, ao começar a trabalhar no terreiro, a sua vida irá melhorar gradualmente.
Como ele já passou por vários lugares e nada mais tem a perder, concorda com a idéia e, na semana seguinte, já começam os seus trabalho de Desenvolvimento Mediúnico.

Após algum tempo de trabalho espiritual, tal como cambonear as Entidades, e desenvolvendo a sua mediunidade, ele sente a sua vida mais equilibrada e quando menos espera ajoelha-se, bate no peito e grita. Ocorre nesse momento, a sua primeira incorporação. Passa o tempo e ele servindo de “cavalo” às suas entidades, começa a aprender o porquê da ritualística, e começa a entender melhor a Doutrina Umbandista.
Num tempo inesperado, realiza o grande ritual do Bori e assenta as suas Entidades e começa a dar consultas e passes mediúnicos.Cada vez mais, as suas Entidades são procuradas pelos assistentes. Começa então o seu maior problema; os ciúmes de alguns médiuns mal preparados mental e espiritualmente.

Um dia, um desses Médiuns, chega ao pé da Mãe de Santo e diz: “Ele está a querer o teu lugar”.
A mãe de Santo determina, então muito democraticamente: “ A partir de hoje, cada médium só pode dar três consultas”. A situação torna-se cada vez mais complicada e totalmente insustentável e um dia ele pega na imagem da sua entidade e, se depara que está fora do terreiro.

Vai para casa, coloca a imagem em cima do armário do seu quarto e, se é mulher, deita-se e chora a noite inteira; se é homem, fala meia dúzia de palavrões, jura que nunca mais volta a incorporar e pensa que os seus problemas acabaram. Grande Engano: é aí que eles começam.
Alguns assistentes que se consultavam com as suas Entidades ficam preocupados com a sua ausência e começam a indagar o seu paradeiro.

Alguém chega a estas pessoas e diz: ”Olha, ele não trabalha mais aqui, mas sei aonde ele mora”. Começa então uma romaria a casa do médium e essas pessoas pedem-lhe que os ajude, pois estavam a ser consultadas pelas suas Entidades e os trabalhos ficaram pela metade. Pedem então que o médium incorpore pelo menos uma vez para terminar o trabalho que tinha sido começado.
O médium tira a imagem de cima do armário e, ali mesmo, na sala ou na cozinha, incorpora as Entidades para atender aquelas pessoas.

A procura pelo médium torna-se cada vez mais intensa e os trabalhos passam a ser realizados na garagem. Nessa altura, alguém mais preocupado diz: “Vamos abrir legalmente um terreiro antes que a polícia nos prenda”. Está funcionando mais um terreiro de umbanda com seus novos adeptos.
Quando o terreiro é bem dirigido, cresce material e espiritualmente, aumentando cada vez mais o número de médiuns, cambonos e assistentes. Se o terreiro não é bem dirigido, dará origem a novos médiuns descontentes, que possivelmente, originarão outros terreiros.

Esse é um dos motivos do crescimento da Umbanda, muitas vezes de forma desordenada, muitas vezes sem a devida preparação de seus dirigentes.
E sem entender nada, a sua missão estava realmente a começar......!

Texto extraído do livro "Iniciação á Umbanda" de Ronaldo Antonio Linares, Diamantino Fernandes Trindade e Wagner Veneziani costa - Editora Madras

sexta-feira, agosto 09, 2013

Aprendendo Sempre - Amaci ou Coroação

O Amaci é preparo para os filhos da Umbanda. As ervas utilizadas e as iniciações junto à Natureza têm por finalidade a renovação energética, tanto no corpo astral quanto no mental.
Em geral, o Amaci é destinado apenas aos filhos que já trabalham na corrente mediúnica, ou seja, para os médiuns que já têm convicção de que o caminho para auxiliar é levar luz
para os seres vivos é a Umbanda.

A utilização do Amaci, o ritual se dá por meio de uma lavagem... da cabeça, um banho no chacra coronário, trazendo a vibração do Orixá para mais perto desse filho. Junto com a lavagem existem outros ritos que têm a finalidade de imantar e harmonizar os chacras bem como os corpos astrais e etéricos para a prática
mediúnica voltada para a Caridade.

Por Alexandre Negrini Turina
Editor – Umbanda, eu curto!