*por Thiago Sá
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Iansã e Santa Bárbara
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É a Orixá da
tempestade, dos ventos, do raio e do fogo.
Iansã usa
amarelo ouro em suas velas, roupas e objetos. Gosta de palma amarela ou
qualquer flor vistosa que brilhe como ouro.
Suas ervas são o
manjericão, folha de bambu, alecrim, alfazema e folha de uva além da espada de
Santa Bárbara.
Iansã é
inseparável de Xangô, considerada por ele sua esposa predileta. Justamente ele,
dono do trovão que vem junto com o vento, a tempestade e os raios de Iansã. Ela
também compartilha do fogo com Xangô.
Iansã é
guerreira de temperamento enérgico, tempestuoso e viril.
Gosta de comer
melão, manga, lagostim, camarão fresco e seco, acarajé, pirão, xinxim de
galinha e quiabo. Bebe champagne ou vinho branco doce.
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Oferenda de feijão fradino e frango para Iansã |
Costuma-se fazer
à Iansã pedidos de graças merecedoras independente da origem, seja saúde,
trabalho ou amor.
Não podemos
esquecer que se trata de uma guerreira, portanto age impondo a lei e como
mulher de Xangô traz consigo o senso de justiça.
Quando se louva
Iansã, não se curva, não somente por não se tratar de uma divindade velha, mas
porque na condição de guerreira ela não baixa a guarda em momento algum,
mostrando novamente seu temperamento tempestuoso.
Iansã, uma das
mais belas Orixás é sincretizada com Santa Bárbara, a virgem dos cabelos
louros, que talvez por isso rendeu à Iansã a cor amarela. Santa Bárbara aparece
empunhando uma espada novamente comprovando ser uma guerreira. Sua saudação
cujo significado é desconhecido é “Epa Hei Iansã!”.
Quando
incorporadas suas mensageiras dançam com grande beleza empunhando uma palma
amarela, ou então dançam com as mãos semelhantes a leques que Iansã usa para se
abanar e espantar o mal com o vento produzido por ele.
Suas cantigas
contam que Iansã mora na pedreira, na cachoeira, que sua morada é a terra do
ouro, que ela usa um abebê, o leque com o qual se abana e venta todo o mal para
longe. Contam ainda que Iansã lutou e venceu várias guerras, que ela não teme
nada nem ninguém.
Santa Bárbara
virgem dos cabelos louros (bis)
Mora na
pedreira, na terra do ouro. (bis)
Santa Bárbara é
a dona do fogo, do raio, chuvisco e trovão.
(bis)
Epa Hei Iansã
venceu guerra, (bis)
Epa Hei com a
espada na mão.
É festejada em
04 de dezembro e seu lugar de oferendas é a cachoeira, onde a água é forte,
turbulenta e violenta como Iansã, ou então as pedreiras, casa de Xangô.
Arquétipo de
seus filhos
O arquétipo de
Iansã é o das pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem
ser fieis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros
momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se
levar a manifestações da mais extrema cólera. (Verger)*
Fator: direcionador
No positivo: são
envolventes, risonhas, alegres, amorosas, mas sem pieguice (ridiculamente
sentimental), possessivas com os seus, amigas e companheiras, leais, mulheres
atiradas que tomam iniciativas ousadas, expeditas (desembaraçadas), ativas,
ágeis no pensar e falar, são lideres natas.
No negativas:
são emotivas, e se não se impõem, revoltam-se e abandonam quem não se se
submetem a elas e logo estão estabelecendo novas ligações, em que se imporão.
Apreciam:
festas, pessoas falantes e alegres, ambientes enfeitados e coloridos, viagens a
passeio, homens envolventes, trabalhos agitados.
Não apreciam:
homens introvertidos, reuniões monótonas, amizades egoístas, ambientes
conservadores, trabalhos ou deveres monótonos, comidas pesadas, roupas pesadas,
(a prisão) da vida domestica, a repetição das mesmas coisas no seu dia-a-dia.
Obs.: estatura
média e compleição curvilínea bem delineada, tendendo para o sensualismo.
* Trecho
retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.