sexta-feira, março 09, 2012

Daqui da assistência

 Muitas coisas acontecem quando resolvemos ir atrás, conhecer e descobrir algo novo. Foi mais ou menos isso que começou minha relação com a Umbanda.
 
Como bom filho de baianos e a gente bem sabe que embora católicos todo baiano tem um “pezinho” no terreiro, sempre ia com minha mãe à casa de “benzedeiras”.
Adorava o cheiro dos galhos de arruda e aquela reza que não se entendia nada da benzedeira. Mesmo não acreditando 100%, gostava de ir e ter a sensação que estava protegido.
Com o passar dos anos, as idas às benzedeiras diminuiram e a Umbanda se tornara uma terra secreta e cheia de espíritos e coisas assustadoras.
Eu não conhecia nada a respeito. Não entendia que tipo de espíritos "baixavam" nos médiuns e ficava apavorado com a coisa do sobrenatural. Seria tudo fingimento ou realmente espíritos estavam ali diante de todos?
Foi em 2004 que algo começou a mudar meu jeito de pensar.
Estava eu na casa de uma rezadeira no sertão baiano, a senhora encorporada e dizendo coisas que só eu sabia. Tudo aquilo me deixou impressionado, foi a primeira fez que vi a senhora na minha vida e a entidade sabia exatamente do que estava falando.
Anos depois em 2007, fui visitar um Centro de Umbanda com um amigo que trabalhava na casa, ao chegar no local já me encontrava nervoso e apreensivo, não sabia o que esperar e o que estava para acontecer.
Embora nervoso a curiosidade me deixou muito alerta e prestei atenção em tudo o que vi.
Naquela noite assisti a uma gira de Caboclos, e os brados, a dança, as palmas, o ritmo dos atabaques, tudo me encantou.
Com o início dos passes eu me fiz de valente e entrei, fui benzido por um Caboclo e todo aquele nervoso e insegurança deram lugar a uma paz interior e muita calma. Saí de lá querendo voltar e experimentar mais de tudo aquilo. Aquela noite realmente me marcou.
Na visita seguinte pude observar meu amigo incorporado durante os trabalhos e não tive dúvidas de que se tratava de algo verdadeiro e muito maior que uma mera encenação, afinal de contas quem se prestaria ao ridículo de se comportar daquela maneira em frente à estranhos?!
Frequento a casa regularmente desde 2007 e a cada visita eu aprendo algo novo sobre a religião e os rituais e ainda aprendo sobre mim mesmo e como é importante vencer receios e preconceitos por algo em que se acredita.

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