sexta-feira, outubro 17, 2014

Aprendendo Sempre: A bebida e a Comida na Umbanda

Segunda a história do Mestre Jesus na Bíblia Sagrada, um dia antes de sua prisão Cristo realizou uma ceia onde reuniu seus apóstolos proferindo as seguintes palavras:
Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 
(1 Coríntios 11:24)
Este cálice (vinho) é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
(1 Coríntios 11:25)



 Lendo estas belas passagens da Bíblia Sagrada, podemos entender em uma visão livre da Igreja Católica – e livre de qualquer Igreja que tem como base a Bíblia ou Cristo – que a Santa Ceia foi um ritual “Mágico” na qual Mestre Jesus ensinou aos apóstolos um ritual para que eles pudessem se conectar à força espiritual de Cristo que vos levaria a Deus.
Neste ritual, Cristo transforma o pão em sua carne e o vinho em seu sangue, ambos elementos sagrados que purificariam e uniriam seus apóstolos ao amor e fé do Mestre Jesus. Mas, olhando com atenção esse ritual, Cristo transforma simples alimentos em componentes mágicos, assim despertando o lado sagrado da vida, o lado sagrado do alimento, da bebida, da união.
Agora, com isso em mente, voltamos nossa atenção para os rituais de Umbanda e seus rituais tão criticados sem fundamento.
Temos as famosas e criticadas oferendas, na qual muito se fala em desperdício de alimento, que são oferecidas às Divindades (Orixás) para “n” motivos que os seres humanos necessitem no momento e, se assim posso me aventurar, associo as oferendas de alimentos ou as mesas feitas dentro dos Terreiros de Umbanda com alimentos que homenageiam os Guias como a Santa Ceia, pois o mesmo ato que Cristo teve ao consagrar aquele alimento aos seus apóstolos, também nós fazemos com os alimentos e bebidas em nossas oferendas; nós as consagramos aos Orixás, pedindo que irradiem suas energias vivas e divinas para que possam ser direcionadas em nossas vidas, nos trazendo paz, conforto, amor, entre outros sentimentos.
Mas também é importante frisar que toda oferenda ou mesa pode e deve sim ser aproveitada pela comunidade ou pelo Terreiro, assim não desperdiçando o axé ali imantado.
Da mesma forma que a oferenda foi associada à Santa Ceia, associo também a bebida que os Guias bebem com o cálice que Cristo ofereceu aos seus apóstolos.
No momento que Cristo oferece o vinho a todos, ele consagra e transmuta o vinho, virando assim uma bebida purificadora e assim também é nos Terreiros de Umbanda, pois quando um Guia pega seu copo e faz seus rituais de consagração, nesse momento aquela bebida deixa de ter um significado pejorativo e passa a se tornar um líquido mágico, composto por energias fortes, capazes de purificar energias densas internas tanto do médium incorporado como do consulente em atendimento.
Não quero causar discussões com esse texto, pois os Guias de Umbanda bebem por um fundamento já difundido na Umbanda e não porque Jesus o fez. As oferendas por si antecedem o nascimento de Cristo e sempre foram um ritual de agradecimento que hoje na Umbanda também já é fundamentada e bem difundida no meio.
O que quero passar nesse texto é que o julgamento entre as religiões e seus rituais são fúteis e sem base no estudo, pois facilmente podemos conectar pontos de rituais, doutrinas e crenças, como fizemos na história da Santa Ceia com o que acontece nos Templos de Umbanda.
Nós, umbandistas, somos cristãos, pois seguimos e admiramos os ensinamentos de Cristo e, além disso, respeitamos todas as religiões. Antes de criticar qualquer ritual de nossa religião, olhe e estude a sua religião, pois muito do que se fala pode ser uma inversão de valores.
                                      
                                                                                                                       Por Nikolas Peripolli

 
 

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