terça-feira, agosto 16, 2011

Diário de Uma Médium Iniciante.

Minha família sempre teve laços com o espiritismo e durante minha infância minha mãe buscava algo que ajudasse a parar com os contínuos sonhos que atormentavam minha irmã.
Ela acabou encontrando ajuda na casa de Mãe Elizabeth de Iemanjá (nossa casa matriz) e por alguns anos frequentamos a casa inclusive minha irmã fazendo parte da corrente de médiuns.
Por motivos particulares acabamos nos afastando da Umbanda por um tempo mas a espiritualidade esteve sempre em nossas vidas.
Foi a abertura da Aldeia de Caridade e anos depois o falecimento de Mãe Elizabeth que acabou colocando a Umbanda de volta nos nossos caminhos.
Mãe Cecília, nossa Madrinha era filha de santo de Mãe Elizabeth e nossa vizinha por mais de 25 anos.
Foram esses laços de amizade e respeito que fizeram minha mãe voltar a frequentar a Umbanda e algum tempo depois eu também segui o mesmo caminho.
Foi com surpresa que me dei conta que outros membros da minha família já estavam fazendo parte da corrente espiritual e me senti mais confiante com tudo aquilo.
Durante os trabalhos, na assistência, eu sentia sensações dificeis de descrever, arrepios, choros e quase que um chamado para que eu entrasse e fizesse parte de tudo aquilo.
Foram as Entidades da casa que me aconselharam a conversar com a Madrinha e saber do que se tratavam aquelas sensações.
A conversa foi muito produtiva e acabei descobrindo quais Orixás me escolheram como filha e que eu tinha sim uma missão como médium à seguir. Aprendi sobre a vida de um médium umbandista, as obrigações, postura e responsabilidades. Tudo o mais que envolvia os preceitos e cerimonias da casa.
Uma vez dentro da corrente de médiuns, devidamente trajada em branco foi então que comecei a entrar em contato com o povo de Aruanda literalmente rsrsrs.
Tudo no começo é um pouco complicado e essa experiencia como médium não foi diferente, aos poucos comecei a aprender mais, estudar mais e conhecer mais sobre tudo que envolve a Umbanda e ser um médium de Umbanda.
Foi numa gira de Preto-Velho, na praia, que a Madrinha me ajudou na concentração e firmeza espiritual e ali mesmo incorporei minha primeira Entidade, a sensação foi estranha, diferente e foi só no fim dos trabalhos que me dei conta que eu havia mesmo tido minha primeira incorporação.
Depois disso as coisas só melhoraram e ficaram mais fortes e minha Entidades passaram a se fazer mais e mais presentes. Passei a diferenciar as energias que diferentes Entidades me passavam.
Aprender sobre as nossas Entidades é a parte mais interessante desse processo de desenvolvimento e cada gira que elas incorporam e trabalham é uma grande passo dado no aprendizado de ambos.
Não faz muito tempo, minha Preta Velha foi autorizada a benzer crianças da assistência, ao mesmo tempo que fiquei em choque com a novidade e principalmente a responsabilidade, fiquei feliz de saber que eu e minhas Entidades estamos no caminho certo e prontos pra começar a prestar a caridade aos que necessitam.
Abraços, Carolina Abla.

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