O atabaque pode ser tocado com as mãos ou ainda com baquetas / varinhas especiais feitas
de galhos de goiabeiras ou araçazeiros. Seu nome tem origem árabe at-tabaq que
significa prato. É feito com a madeira da gameleira.
Na madeira o axé de Xangô, nos aros de metal a força de Ogum e Exu e na pele
de origem animal a influência de Oxossi.
Run – é o maior atabaque com som grave. Run significa rugido.
Rumpí – é o intermediário com som mediano. Run significa rugido e pi
imediatamente.
Lé – é o menor atabaque e tem o som mais agudo. Lé significa pequeno.
O Run é responsável pelo solo musical. Os outros Rumpí e Lé dão suporte e
manutenção do ritmo, assim como repiques e variações.
Não devem ser tocados por pessoas não preparadas para esse fim pois poderia
acarretar uma quebra de energias existentes no instrumento ou ainda na
transmissão de vibrações que não seriam benéficas à pessoa despreparada.
Não é qualquer um que pode ser Ogã. Os Ogãs possuem a capacidade de ativar
energias, devem ser conhecedores de rezas e fundamentos de cada Orixá, além de
saber a hora certa de entoar cada canto e toque, de acordo com a necessidade do
trabalho.
O mais importante é o ogã ter amor, dedicação e buscar sempre o
conhecimento.
Ogã tem mediunidade. O que lhe difere da maioria dos médiuns é que a
mediunidade se manifesta através do “Dom Musical”.
Mediunidade de Lucidez Artística Musicista, age em especial nas mãos e braços
em ogãs de couro ou nas pregas vocais em ogãs de canto. Quando preparadas pelas
entidades estas regiões são irradiadas e iluminadas pelas forças astrais. Como
qualquer médium, veio com uma missão predeterminadas pelas forças superiores.
Todo ogã tem obrigação de cuidar de e buscar o aprimoramento de seu dom. Seu
desenvolvimento e crescimento mediúnico dependerão exclusivamente de si próprio,
pela disciplina, força de vontade, fé e respeito para com as obrigações.
Os Ogãs
também podem manifestar mais de um tipo de mediunidade.
Na umbanda, de certa forma, é natural encontramos ogãs que além do dom
musical possuem a mediunidade de incorporação.
É importante salientar que quando começam a sés, devem a irradiação de seus
guias devem pedir autorização para deixar o atabaque e incorporar , prevenindo
assim problemas na sessão.
Outros tipos de mediunidade também podem se desenvolver como vidência, cura,
intuição etc. o mais importante é cumprir o seu dever com amor no coração.
Que os ogãs levantem suas mãos aos céus e agradeçam a zambi pelo dom divino
que tem, pois é através de suas mãos e canto que os sons sagrados fluem na
aruanda dos orixás.
Dentro da casa, o ogã deve dar o bom exemplo disciplinar. Deve estar
concentrado naquilo que faz, evitando conversas alheias aos trabalhos
realizados. O respeito as entidades é primordial. Quando uma delas estiver
passando uma mensagem aos membros da casa, os atabaques devem ser silenciados de
modo que se facilite a compreensão de todos.
Pontos de louvação são cantados os orixás e guias.
Pontos de saudação para homenagear o conga, a religião, ogãs.
Pontos de firmeza solicitam as energias do astral superior,.
Pontos de descarrego são os pontos de defumação
Pontos de chamada para evocação das entidades.
Pontos de demanda são para quebrar demandas e cargas negativas na casa
Pontos de sotaque são como um alerta de que alguém mal intencionado encarnado
ou não, está na casa. Esse tipo de ponto de forma indireta, deixa claro que a
pessoa deve se retirar no local.
Pontos cruzados irradiam energias de duas ou mais linhas ao mesmo tempo.
Pontos de subida para as entidades que estão indo embora.
Pontos de encerramento são cantados no final da sessão.
Pontos especiais para visitar uma casa, agradecer uma visita.
Amaci – banho de infusão de ervas, serve para quebrar e energizar a coroa dos
médiuns.
Toques da umbanda mais comuns : ijexá, cabula, barra vento, congo de ouro,
samba de caboclo, samba de roda, maquelele.
Os ogãs obrigam-se a aprender o maior número possível de ritmos., facilitando
a harmonização entre canto e toque. Um bom conselho é o treinamento ou seja,
ensaio habitual entre aqueles que fazem parte da curimba da casa.
Quando não estão sendo empregados nos cultos, os tambores devem estar
cobertos pelo Dossel de Oxalá pois é quem traz as energias divinas
representativas de Oxalá. O ato de cobrí-los é um sinal de respeito aos
instrumentos de maior vibração do terreiro.
Ao término dos trabalhos, os instrumentos voltam a ser cobertos.
Esta firmeza é simples e deve ser feita pelo alabê ou por outro ogã
autorizado ou ainda pelo dirigente espiritual. O ‘;único material utilizado é um
defumador em tablete ou incenso. Defumam-se os atabaques saudando em cada um seu
orixá correspondente. O incenso é colocado embaixo do atabaque, reza-se um pai
nosso e uma ave Maria,.
Para trazer mais força e vibração aos ogãs, mãos e couro do atabaque, no
final da sessão o ogã deve levantar seu atabaque em frente ao altar para Oxalá
solicitando que a carga seja levada para o fundo do mar de Iemanjá. Depois,
colocam-se os atabaques no lugar, coloca-se pemba nas mãos e no couro deixando
até a próxima sessão.
Para energizar as mãos, coloca-las sobre o altar com as palmas pra cima,
firmando a cabeça e pedindo que Oxalá ilumine a você e a sua mediunidade.
Água benta nos couros para limpeza, isso é da Umbanda, ou lavar o couro com
água do mar para quebrar as forças negativas.
Muitas vezes o atabaque funciona como um para raios, atraindo forças que
certamente atrapalhariam o terreiro e apesar de toda preparação, firmeza e
proteção que neles possa existir, ainda assim seus operadores poderão sofrer
certas influências. Por isso as guias são utilizadas também pelos ogãs. As cores
da guia de um ogã correspondem as cores dos orixás da casa. Por exemplo : Iansã,
Oxalá e Oxossi : miçangas vermelhas, brancas e verdes.
Na umbanda, a guia de exu não deve ser colocada passando pela cabeça e sim
pelos pés, de baixo pra cima, pois somente os orixás tomam conta da coroa do
médium.
Demanda é a ação contra algo ou alguém. Devemos tomar o máximo de cuidado
pois a inveja e o mau olhado são males tão nocivos que podem exercer uma ação
muito mais eficaz que qualquer feitiçaria ou influência de espíritos vingativos
e obsessores. E onde entram os ogãs nesse ponto ? pó serem sacerdotes eles
precisam adquirir diversos conhecimentos porém muitos deles os aproveitam não só
para se defender das forças negativas mas também para ativa-las. Um tocador mal
intencionado é capaz de derrubar uma casa, de formar tamanha confusão (quizila)
dentro de um terreiro que certas vezes consegue fazer com que alguns velas
tombem.os tambores são tão capazes de chamar as entidades de luz quanto os
espíritos mais atrasados.l tudo depende da forma como ele toca o couro e sua
vontade também. É aí que os Ogãs da casa quando forem firmes no pensamento,
preparados e protegidos pois aqueles que fazem sua segurança, atuam contra esse
serviço sujo.
Daí vem a importância da firmeza nas obrigações, das proteções de uma boa
intuição dos mãos de couro da casa. Quando o atabaque esta bem vibrado pelas
forças dos orixás normalmente quem se dá mal é quem esta querendo demandar pois
as energias recaem sobre ele. É a famosa lei do retorno que no caso é imediata.
Adquirir conhecimento é fundamental pra todos em especial o ogã. Porem saber
direcionar esse conhecimento em prol do amor e da caridade atuando contra o mal
é o grande objetivo da umbanda.
Na umbanda, uma mulher tem total condições para ser uma atabaqueira. Se
considerarmos que os Ogãs tem um dom divino, uma faculdade mediunica musical,
esta não vem com gênero mas sim com espírito e este por ter origem na essência
divina não tem sexo.
*Fonte Umbanda Sete
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