segunda-feira, setembro 30, 2013

Hoje é dia de festa!

Um pouco da festa em homenagem à São Cosme e Damião na Aldeia do Sultão de 2013.
Mais uma festa de muita fé, fartura, prosperidade e muita alegria!
Nossas crianças mais uma vez encheram a casa com sua energia contagiante e a pureza que eles tem.
Agradecemos à todos os filhos e amigos da casa que por mais um ano fizeram a uma festa maravilhosa.
Saravá Cosme e Damião!!!

Casa cheia e enfeitada para as crianças.

Mesa de doces para os queridos cosminhos.

Brincando de roda.

Soltando os balões com nossos pedidos e agradecimentos.

São Cosme e São Damião


Santos Cosme e Damião, os santos gêmeos, morreram em cerca de 300 d.C. Crê-se que foram médicos, e sua santidade é devida por exercer a medicina sem cobrar por isto e por terem morrido pela fé. Sua festa é celebrada atualmente no dia 26 de setembro pela Igreja Católica, no dia 27 de setembro pelas religiões afro-brasileiras e no dia 1º de novembro pela Igreja Ortodoxa.
Há relatos que atestam serem originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Um estudou Medicina e o outro Farmácia na Síria e depois foram praticar em Egéia. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".
Exerciam a medicina e farmácia na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anárgiros, ou seja, inimigos do dinheiro.
Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.
Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Uma das fontes relata que eram dois irmãos, bons e caridosos, que realizavam milagres e por isso teriam sido amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos.
Segundo outra versão, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Lenda: Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles que em troca pediam doces, balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a Deus que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, Deus resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.
Na mitologia grega, há muito se cultuava esses santos, havendo registros, desde o século V, quando esse culto já estava estabilizado no Mediterrâneo, de cultos que relatam a existência, em seus cultos, de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Alguns grupos concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a superstição que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagão.
O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".
Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume, principalmente no Rio de Janeiro, de dar doces e brinquedos às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados. Na Bahia, as pessoas comemoram oferecendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança.
A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoriáveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa de santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois, considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado dia 27, preferiram não pôr as duas Memórias na mesma data. São Vicente ficou com o dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já Santos Cosme e Damião, como não se sabe a data de morte deles, tiveram sua Memória movida para o dia 26 de setembro. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras que também os cultuam, como o Candomblé e a Umbanda, continuam a comemorá-los no dia 27. Apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro.
Cosme e Damião também são celebrados pela Igreja Ortodoxa, mas há três pares de santos Cosme e Damião celebrados por essa Igreja. O mais comumente associado a santos Cosme e Damião médicos na Síria é celebrado em 1º de novembro, como Santos Cosme e Damião da Ásia Menor. Mas há uma celebração em 17 de outubro, de Santos Cosme e Damião da Cilícia, e outra em 1º de julho, de Santos Cosme e Damião de Roma. Os três pares são da classe dos santos anárgiros, isto é, "desapegados do dinheiro", o que faz com que se pense que os três se referem ao mesmo par.
São considerados no Brasil os Santos padroeiros dos Farmacêuticos e Médicos. A bonita história de São Cosme e São Damião - que por sua vez é marcada por visões diferentes, dependendo da crença de cada religião - demonstra a complementaridade e interdependência que as profissões irmãs, a medicina e a farmácia, possuem. Talvez o sucesso atribuído às curas milagrosas dos irmãos gêmeos, na idade média, nada mais fosse do que a antecipação da divisão do trabalho, ocorrida apenas no século XIII, onde a farmácia foi separada oficialmente da medicina e considerada uma profissão.

quinta-feira, setembro 12, 2013

Aprendendo sempre - O Lixo Umbandista



Na prática da Umbanda, a oferenda é um dos atos mais sagrados de conexão entre os fiéis e as Divindades. Toda religião tem sua prática ofertória, quer seja uma fruta no Congá ou até uma nota de R$ 10,00 no envelope. Não importa: este é um ato de oferta, um ato de fé, e cada religião tem a sua leitura própria de como deve ser esta prática.

Nas religiões naturais, de culto a Deus e Divindades na natureza, no geral se pratica a oferenda daquilo que vem da natureza, ou seja, flores, frutos, grãos etc. A Umbanda é uma religião natural. Nela, se entende a natureza física como dotada de pontos de força, um verdadeiro santuário natural, sítio sagrado ou mesmo casa dos Orixás. Assim, encontramos variadas formas de oferendas e para diversos fins: energização, descarrego, abertura de caminhos, prosperidade, amor e por aí vai. O fato é que oferenda está presente no dia a dia do Umbandista.

Já que é tão comum o ato ofertório principalmente depositado na natureza ou nos pontos de força como cachoeiras, matas, bosques, mares e encruzilhadas, fica a pergunta: o umbandista foi sendo preparado para ter consciência ambiental?

Nunca se falou tanto em meio ambiente, efeito estufa, caos planetário como nestes últimos anos. Todavia, se não fosse algo tão sério não se falaria tanto. Claro que podemos ajudar muito fazendo cada um a sua parte, como diminuir o tempo do banho, selecionar o lixo, diminuir o uso do carro, entre outras ações. Mas é realmente preocupante o que fazem por aí os umbandistas e demais religiões quando entram na natureza para uma prática sagrada e acabam profanando o espaço sagrado. É isso mesmo, profanando !

Você já observou a quantidade de lixo que fica no pé da árvore ? Na beira do rio? Assustado? Como é que falo lixo??? Sim, é lixo mesmo !

Este artigo vai ser assim mesmo, um tanto indigesto. É para provocar náuseas e quem sabe, ao final, no seu vômito, você comece a evitar que os Orixás continuem tendo que tolerar nosso lixo.

Vamos à parte prática. Reflita comigo, OK?

O conceito de oferenda é o ato religioso de interação do fiel com seu Guia, Orixá e forças da natureza. Energeticamente, o Prana das oferendas é usado em benefício de quem oferenda ou para quem se destina, ou seja, quando uma oferenda é feita para um terceiro. Magisticamente é a movimentação de energias e elementais em benefício próprio ou de outrem. Isso é a síntese prática de como funciona a oferenda. A Umbanda é o culto à natureza e na oferenda colocamos tudo que é natural.

Partindo deste pressuposto fica claro que o conjunto geral da oferenda deve ser um ato salutar para todos os envolvidos, ou seja, o fiel, a natureza e o Orixá. Pense: os pontos de força naturais são as casas dos Orixás, como a mata está para Oxóssi, o mar está para Iemanjá, as cachoeiras estão para Oxum, as pedreiras para Xangô e assim por diante.

Oferendar também é uma forma de presentear. Você gosta de receber presentes e eu também, porém no final a embalagem jogo no lixo e fico com o que é usual no presente. Sejamos práticos e objetivos: o saquinho plástico não é oferenda. A garrafa não é oferenda. Os descartáveis não são oferendas.

O que é oferenda? Resposta: as flores, frutos e comidas.

Se a Umbanda vê a natureza como sagrado, logo deve preservá-la. Todo cidadão precisa de uma consciência ecológica para o exercício da cidadania, mas com o umbandista a coisa vai mais longe: ecologia é preceito religioso (e isso significa muita coisa).

O respeito com a diversidade ritualística que encontramos em nossa religião não pode ser confundido com tolerância aos abusos. Porém, antes de julgar precisamos orientar. Sei que existem muitos conceitos sobre oferendas e posturas dentro dos campos sagrados. Certa vez me falaram que tudo que entra na mata não pode sair, ou seja, aquelas dezenas de sacolinhas plásticas que serviram apenas de condutores materiais tinham que ficar lá. Os copos plásticos, garrafas e bandejas de isopor também. A justificativa: não tirar carrego da mata! Oras, ou aquele lugar é sagrado e como tal é benéfico, ou é profano e prejudicia;, temos que definir isso na mente.

Pelo lado energético eu pergunto: o que vai me atrair negatividades? São as sacolinhas (que por sinal são isolantes) ou minha vibração mental e emocional ? Se é a opção dois, então qualquer ambiente me fará mal, certo?

Então vamos descartar esta obrigatoriedade de poluir o espaço sagrado, até porque esta prática é mais atual do que parece. Os antigos zeladores do Culto de Nação e vertentes afros, anterior à Umbanda, ensinavam que as oferendas deviam ser depositadas sobre folhas de bananeira, chapéu-de-couro (a erva) ou folhagens do Orixá ofertado. Isso é sabedoria natural. Não existiam ainda campanhas ambientais. Mais que isso: eles ensinavam que para natureza só vai o que ela ofertava. Os elementos orgânicos se decompõem no solo e viram adubo, muitas vezes as sementes brotam e uma nova vida nasce naquele ambiente.

Contudo, hoje não vemos isso. O que encontramos são garrafas estilhaçadas ao redor de árvores, panos nobres servindo de toalha para o “banquete divino” e muitos descartáveis que não oferecem nenhuma utilidade. Além de cuidar do meio ambiente, precisamos zelar pela boa imagem da religião. Pois, para aqueles que não são adeptos, quando chegam em ambientes com este, os “restos” criam uma imagem bastante distorcida do real significado das oferendas.



QUESTÃO DE POSTURA

Há algum tempo foi notícia em Porto Alegre (RS) uma oferenda na beira do rio Guaíba contendo 77 cabeças de bode. Claro que sabemos que não tem nada de Umbanda nisso, mas não foi isso que a mídia local divulgou. Também em Curitiba (PR) foi proibida a entrada de umbandistas para prática de oferendas numa reserva florestal, devido ao excesso de lixo não orgânico deixado na natureza (e nem preciso citar as milhares de encruzilhadas diariamente forradas por elementos nada agradáveis).

Muitas vezes estes excessos provém da Umbanda. No entanto, já foi manchada a nossa imagem e precisamos de postura real e firme, no dia a dia do fiel umbandista, aliado a divulgações e mídias que mostrem como realmente a Umbanda deve se portar frente à natureza.

Em São Paulo, Capital, dois cemitérios ganharam há seis anos um Santuário de Obaluayê/Omulu para os fiéis promoverem seus cultos e oferendas. No entanto, tivemos notícia que estes espaços serão desapropriados devido à depreciação do ambiente e a quantidade diária de animais mortos despejados ali. Precisamos erradicar a má prática ofertória, para só depois conseguir mudar a imagem social.



FAZENDO A DIFERENÇA

Foi preocupado com a violência urbana, privacidade e meio ambiente que Pai Ronaldo Linares, presidente da Federação Umbandista do Grande ABC, fundou há 30 anos o Santuário Nacional da Umbanda, um espaço que na origem era uma imensa pedreira com terra seca, hoje todo reflorestado com árvores tópicas, cachoeiras, rio e uma imensa área verde. O umbandista tem toda liberdade e privacidade para realização de seus cultos e oferendas, inclusive em praças específicas para cada Orixá ou Linha de trabalho. Hoje, 263 terreiros estão construídos nesta área e há 40 lotes disponíveis para aluguel diário aos interessados em fazer trabalhos na natureza. É aberto ao público geral sem restrições.

Lá sim, você pode fazer uma oferenda com panos, pratos, descartáveis, vidros etc, pois o Santuário conta com uma equipe de funcionários responsáveis pela limpeza e coleta seletiva. O que é reciclado tem seu destino certo, o que é orgânico vira alimento para o minhocário que produz o adubo utilizado para o plantio de 300 mudas mensais e faz parte do reflorestamento da Mata Atlântica que o Santuário mantêm.

Pai Ronaldo informa que o Santuário tem um compromisso muito sério com o meio ambiente, por isso são feitas três coletas semanais de lixo, totalizando uma média de 8 a 10 toneladas de puro lixo. Não está incluso nesta conta os recicláveis, orgânicos e alguidares. Em épocas de festas chega coletar quase o dobro disso. Todo esse lixo vem das 2 a 3 mil pessoas que frequentam semanalmente o Santuário.

O mais interessante é como se aproveita a maioria dos materiais que seriam lixo. Os alguidares são limpos e triturados para servirem de cascalho nas estradas internas do parque. Louças, pratos, copos, etc, também são limpos, desinfetados e defumados pela Mãe de Santo Dona Luiza, que separa tudo e encaminha para várias instituições de caridade.

Já os recicláveis são selecionados pelos funcionários que dividem o lucro da venda destes produtos (que não é pouco); sai um caminhão por mês cheio de garrafas e até duas toneladas de plástico, papel e latas. Se juntássemos tudo isso, o peso seria em média de 25 toneladas ao mês de “lixo”, evitado de ser despejado e destruir a natureza.

Próximo à cachoeira, uma placa alerta os visitantes: “O lixo traz o rato, o rato traz a cobra, a cobra traz a morte”. A limpeza das oferendas é feita sempre com o prazo mínimo de 24 h após ser arriada. “O umbandista não precisa de uma catedral como só o gênio humano é capaz de construir. Só precisa de um pouco de natureza, como Deus foi capaz de criar”, frisa Pai Ronaldo.

Em Juquitiba, interior de São Paulo, a União de Tenda de Umbanda e Candomblé do Brasil, presidida pelo Pai Jamil Rachid, construiu o Vale dos Orixás com o mesmo fim, porém, restrito aos filiados da federação. Pai Jamil afirma que, por mês, cerca que 2.000 filiados utilizam este espaço.

Em Bauru (SP), a Federação Umbandista Reino de Oxalá, presidida por Pai Rubens Amaro, há oito anos fundou o Vale dos Orixás. Infelizmente pelo tamanho do nosso corpo religioso são poucas as iniciativas para “privatizar” santuários naturais e trazer conforto, segurança e ecologia para nossa comunidade. Mas se você reside distante destes espaços se adapte e faça a diferença.



DICAS DE BOM SENSO

De forma geral, os umbandistas se utilizam da natureza pública, pois poucos tem acesso aos recintos privados como citamos. Portanto, todos nós podemos adotar atitudes simples que resultam em grande impacto.

Quando chegar no ponto de força da natureza e definir onde irá arriar sua oferenda, priorize forrar o chão com as folhagens do ambiente. Coloque os elementos e comidas sobre as folhas. Dispense pratos ou coisas do tipo. Os líquidos coloquem em copos descartáveis. Acenda as velas e prepare tudo.

Não há resultado em oferendas feitas às pressas, lembre-se que este é um ato sagrado e com dedicação deve ser ministrado. Então, faça as preces, cantos e pedidos com tranqüilidade. Normalmente na natureza em 30 a 40 minutos as velas já queimaram, ótimo. Recolha as borras e coloque no lixo. Antes de sair, jogue o líquido dos copos ao redor da oferenda, os descartáveis vão pro lixo. Faça o mesmo com garrafas e demais elementos. Certifique-se que ficará na natureza apenas material não poluente.

Seguindo esse preceito deixaremos de agredir a natureza sem perder o ato sagrado e ainda alegrar o Orixá. Não apoie velas no tronco das árvores, você pode matá-las. E lembre-se: LIXO NO LIXO !





CONCEITOS DE OFERENDAS E A NATUREZA

No livro Rituais Umbandistas de Rubens Saraceni, o autor cita que ”o ato de fazer uma oferenda ritual a um Guia Espiritual em um ponto de força abre a possibilidade de recorrer à própria hierarquia e às forças da natureza, tanto para auxiliarem seu médium como para socorrerem as pessoas que atender.” Ele ainda complementa que “a oferenda ritual atua como uma chave de abertura e de religação do médium com o Orixá (…)”

O espírito Ramatís no livro A Missão da Umbanda, elucida que “na cosmogonia das religiões africanistas, especialmente a Iorubá, o ato de “arriar” uma oferenda estabelece e perpetua uma troca de força sagrada entre dois mundos: o divino oculto e o profano visível; tudo é energia e tem mais afinidade com este ou aquele Orixá. Essa energia deve estar sempre em movimento em ambos os sentidos: entre o plano concreto – material e o invisível – astral. Assim como a água em seu ciclo sucessivo de chuva, evaporação, resfriamento e degelo, a dinâmica de transferência energética é considerada essencial e parte da vida.”

Observamos dois autores que ao tratar das oferendas convergem no mesmo ponto: a grandiosidade e sacralidade da oferenda e dos pontos naturais.

                                                                
                                                                                              *Por Rodrigo Queiros, Umbanda, eu curto!



TEMPO DE “INDIGESTÃO” DAS OFERENDAS



                                                                          








domingo, setembro 08, 2013

Quotidiano Umbandista - Linha de Produção

 
É dia de uma das giras mais populares da Umbanda, há aqueles que a renegam e outros que só falam dela, a gira dos Exus, dos compadres, dos homens da encruzilhada e de suas companheiras de encruza, as Pombagiras.

Os trabalhos ainda não começaram, mas lá fora as pessoas lotam os bancos da assistência, vieram pedir, agradecer e observar essas entidades que tanto fazem sucesso, por seu comportamento, sua força e suas realizações.

Os trabalhos estão correndo normalmente, Ogum já abriu os caminhos e nada de ruim acontecerá, os Exus já estão em terra, fumam e bebem e se preparam para iniciar as consultas. Entre os freqüentadores estão alguns médiuns de outra casa, vieram especialmente para espiar. Um deles vai se consultar com um Exu, fala, ouve, e antes de ir embora toda a boa impressão que tivera do Exu cai por terra, o compadre lhe dá de beber, o médium já espera o sabor forte de pinga, mas se surpreende e se indigna ao perceber que o Exu bebe água quente. A bebida queimou sua garganta, mas não subiu para sua cabeça.

Na volta pra casa comenta revoltado com seus irmãos que jamais viu e não admite Exu que beba água, Exu bebe pinga, conhaque, whisky e de preferencia em grandes quantidades. - reclama o pobre médium.

Ora, penso eu, será que existe uma Maria só no mundo? E será que todas as Marias bebem café? Por que então todos os Exus devem ter o mesmo comportamento?

Não é todo Caboclo que grita, nem todo Preto-Velho é negro. Será que todas as entidades são iguais, mas com nomes diferentes?

Meu Axé a todos. Salve a Umbanda!                                      
                                                                                            Jornal Tambor - 06 / 07 / 2002