domingo, dezembro 25, 2011

Uma linda imagem encontrada por nossa colaboradora Beth Giovanni.

Que todos estejam aproveitando a essa época de reflexão, de afeto e de perspectivas positivas para o ano que está chegando.

sábado, dezembro 24, 2011

Que o Natal seja um belo dia de confraternização, alegria e amor.
Que não sejamos focados apenas nos presentes materiais, mas sim focados no amor no afeto e no carinho ao próximo.
Lembre-se que essa data celebra o nascimento de alguém que amou e ensinou a todo a amar.

Nós da Aldeia de Caridade Iemanjá e Cacique Sultão das Matas, desejamos a todos nossos leitores, amigos e irmãos um Feliz Natal.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Umbanda de Outras Bandas

Realmente não é preciso ter tudo exatamente como no Brasil para se poder seguir com a Umbanda.
Com o tempo a gente aprende o caminho das pedras e consegue achar muitas das coisas que fazem nossa caminhada mais fácil como velas maiores e de cores mais adequadas.
Foi Preto Velho que disse que teríamos de começar do começo e que nos preparássemos para trabalhar espiritualmente, em casa mesmo, pois nós tínhamos nossas missões para serem cumpridas aqui na Terra.
Foi assim que Eli e eu começamos nossa jornada de maneira oficial, numa noite de folga, sofás e mesas afastadas pro canto da sala, algumas velas acesas num prato branco pra proteger o carpete, um copo com água e um defumador espiritual. A gente rezou, cantou e me arrisco a dizer que trabalhamos com o povo da esquerda ( Exu sempre o primeiro) se minha memória não falha.
Foi assim quase toda semana durante o inverno, período em que tínhamos mais tempo livre, alternando as linhas de trabalho. Eu falando sobre os Orixás e as Linhas de Umbanda para a Eli e minhas Entidades desenvolvendo-a como médium.
Um período de aprendizado imenso para ela e para mim também, começando a dar os primeiros passos como um dirigente espiritual.
Foi desse jeito que eu pude matar a saudade dos Guias e dos Orixás que sempre me acompanharam e que não puderam trabalhar na minha matéria por longos meses, no carpete da sala, sem muito barulho e com a bateria do detector de fumaça removida, para evitar maiores transtornos.
Saravá a Umbanda.
Thiago Sá

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Iemanjá

É conhecida como a Rainha do Mar, e é o mar a sua morada. Ela é dona do oceano e tudo que vem dele, é a Orixá da vida e da fecundidade.
Iemanjá é a Mãe da humanidade, e das coroas de todos os seres humanos independente da Mãe de cabeça de cada um.
Usa o azul claro em suas velas, roupas e objetos.
As ervas de Iemanjá são alfazema, guiné, avenca e erva de Santa Luzia. 
A ela são servidos pratos de peixe, frutas, manjar, mel, milho branco, creme de arroz, tudo enfeitado com  crisântemos brancos, jasmins e outras flores brancas em geral.
Iemanjá é conhecida pela sua natureza maternal, dedicada, calma e amorosa, gosta de que as coisas sejam feitas da melhor maneira possível que é quase sempre a sua maneira.
Suas cantigas cantam que Iemanjá é a rainha do mar, que é a sereia dos cabelos longos que canta na beira da praia, que mora nas ondas do mar.

Mãe d’água rainha sereia das ondas do mar,
Mãe d’água seu canto é bonito quando vem do mar.
Iê Iemanjá, Iê Iemanjá,
rainha das ondas sereia do mar.   (bis)
Como é lindo o canto de Iemanjá, faz até o pescador chorar,
quem escuta a Mãe d’água cantar, vai com ela pro fundo do mar, Iemanjá
vai com ela pro fundo do mar.

Sua associação à sereia é totalmente latina, pois a sereia é uma lenda ou personagem criada nas Américas como uma moradora do mar, assim Iemanjá também é a sereia, símbolo da beleza e da sedução. Iemanjá é ligada a várias personagens da cultura brasileira, além da sereia também é chamada de Janaína, outra moradora do mar.
Ela recebe pedidos de saúde, abertura de caminhos e principalmente misericórdia, pedidos que são feitos como súplicas, para sanar aflições da vida. Somente Iemanjá para resolver pedidos feitos principalmente por mães sofredoras. Ela é o símbolo da família, da união matriarcal, do lar.
Nas suas giras incorporam suas mensageiras ou Caboclas que podem se apresentar nas formas de sereias, deitadas ou sentadas ao chão, das leves e jovens que dançam e possuem grande beleza ou ainda das dignas e benevolentes mensageiras velhas que lentamente caminham carregando toda a força da mãe da humanidade. Como todas as Orixás, Iemanjá traz nas mãos flores que ela abençoa, suas mãos fazem o  movimento das ondas do mar que possuem a força de Iemanjá, podem também emitir pequenos sons semelhantes ao choro ou um canto. Acredita-se que quando se ganha uma flor de um Orixá incorporado, esta flor traz muita boa sorte e fluidos benéficos, portanto sendo um presente muito importante e também difícil de receber.
Quando se louva Iemanjá curva-se em respeito pela sua condição de mãe do mundo, geradora dos seres humanos.
Costuma-se saúda-la com “Adociá”, ou “Odo Iya” que significa “Mãe do rio”, mas não que se considere Iemanjá como oriunda do rio, mas o rio representando o início de tudo, já que é a água doce que gera a vida. Já o significado de seu nome, resolve toda a confusão. Iemanjá significa “Mãe cujos filhos são peixes”.
É comemorada no dia 08 de dezembro, pois é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição e festejada em grande festa no litoral de São Paulo e do Brasil onde milhares de devotos festejam-na nas ondas do mar.

Iemanjá é a Orixá mais popular do país, inclusive dentre todos os Orixás no Brasil. É dona de uma imensidão de casas de norte a sul.

Arquétipo de seus Filhos

Os filhos de Iemanjá são voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes; tem o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justos, mas formais; põem a prova às amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuir a vaidade de Oxum, gostam do luxo das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Tem tendências a vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem tal fausto.

Fator: gerador
Positivo: são alegres, leais, fiéis generosas, trabalhadoras, muito diligentes em tudo o que fazem e são muito ativas.
Negativo: são respondonas, irritantes, intolerantes, briguentas e despeitosas.
Apreciam: a vida doméstica o trabalho produtivo, o respeito, a fidelidade, a religiosidade firme, o estudo, vestes sóbrias e elegantes, companhia de homens firmes nas decisões e natureza forte.
Obs.: típicas matronas, robustas, vigorosas, impulsivas e autoritárias.


* Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.

domingo, novembro 27, 2011

Novembro, o mes da Umbanda.

O blog possui um numero grande de arquivos e achamos interessante compartilha-los com vocês. O texto a seguir é do Sacerdote Umbandista e Decano Pai Ronaldo Linhares, amigo pessoal de Zélio de Moraes e sua família. O texto foi publicado em Novembro de 2002 pelo Jornal da Umbanda Sagrada.


Dia Quinze de Novembro, Dia Nacional da Umbanda.


Negar que a Umbanda é uma religião de procedência negra, é mais um ato de racismo e descriminação histórica, não aceitando os fatos e o ensinamento de divindades fantásticas como o Caboclo das Sete Encruzilhadas, Pai Joaquim de Angola, Caboclo Pena Branca, Cabocla Jurema, Seu Zé Pilintra, Exu Tranca Ruas e outras centenas de divindades maravilhosas. N'Banda = Reunião Sagrada, palavra boniu, região onde está Angola, Moçambique, Guiné, divindades denominadas Pretos - Velhos, como; Vovó Maria Conga, Pai José de Aruanda, Pai Mané do Congo, etc. mas na Umbanda tem muitas histórias, todas veridicas, pois são inúmeros os fatos que comprovam sua voracidade. Em Osaco, região da Grande São Paulo, o Sr. Pedro Furlan, tomado pelo Caboclo Pena branca médium Zélio de Moraes, tomado pelo glorioso Caboclo das Sete Encruzilhadas, fundou outra forma de Umbanda que marcou profundamente na história desta epopéia religiosa brasiliana. Vamos conhecer um pouco desta história em texto reproduzido do Jornal da Umbanda Sagrada.


A HISTÓRIA DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS


    A primeira manifestação de Umbanda, sem influências kardecistas e nem de Candoblé, com registro documental é a do "Caboclo das Sete Encruzilhadas" em seu médium Zélio Fermandino de Moraes, em 15 de novembro de 1908. Assim como a "Tenda Nossa Senhora da Piedade" fundado por Zélio é o primeiro templo de Umbanda registrado no Brasil.
   Por isso os fatos que ali acontecem são de fundamental importância a todos nós, como fatos históricos que marcam profundamente o nascimento da Umbanda no plano material.
   Zélio Fermandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1892, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Filho de Joaquim Fermandino Costa (oficial da Marinha) e Leonor Moraes. Em 1908, aos 17 anos, Zélio havia concluído o curso propedêutico (ensino médio) e preparava-se para ingressar na escola Naval, a exemplo de seu pai, foi quando fatos estranhos começaram a acontecer na vida dele. Em alguns momentos Zélio era visto falando manso, com postura de um velho, em sotaque diferente de sua região, dizendo coisas aparentemente desconexas, em outros momentos parecia um felino lépido e desembaraçado, mostrando conhecer todos os mistérios da natureza. Isso logo chamou a atenção da família, preocupada com a situação mental do menino que se preparava para seguir carreira militar, os "ataques" se tornaram cada vez mais frequentes. Assim Zélio foi encaminhado a seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após vários dias de observação , não encontrando seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu a família que o encaminhasse a um padre, para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estava endemoniado.
   Foi chamado um outro parente, tio de Zélio, padre católico que realizou o dito exorcismo para livra-lo da possível presença do demônio e sana-lo dos ataques.
   No entanto este e outros dois exorcismos, acompanhados de outros sacerdotes católicos, não resolveram a situação e as manifestações prosseguiram. Algum tempo depois Zélio foi tomado por uma paralisia parcial, a qual os médicos não conseguiram entender. Um belo dia Zélio levanta-se de seu leito e diz " - Amanhã estarei curado" e no dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Um amigo sugeriu encaminha-lo a recém fundada Federação Kardecista de Niterói, município vizinho a São Gonçalo das Neves onde redidia a Família Morares. A Federação era então presidida pelo Sr. José de Sousa, chefe de um departamento da marinha chamado "Toque Toque". Zélio Fermandino de Moraes então foi conduzido a esta Federação no dia 15 de novembro de 1908,  na presença do Sr. José de Sousa, estava ele em meio aos ataques reconhecidos como manifestações mediúnicas. Convidado a sentar-se à mesa em seguida levantou-se, contrariando as normas do culto estabelecido pela instituição, afirmou que ali faltava uma flor. Foi até o jardim e apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho. Sr. José de Sousa, que possuía também a clarividência verificou a presença de um espirito manifestado através de Zélio e passou ao diálogo a seguir:


Sr. José: Quem é você que ocupa o corpo deste jovem?
O espírito: Eu? Eu sou apenas um caboclo brasileiro.

Sr. José: Você se identifica como caboclo, mas vejo em você restos  de veste clericais.
O espírito: O que você vê em mim, são resto de uma existência anterior. Fui padre, meu nome ra Gabriel, acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. mas em minha ultima existência fisica Deus concedeu-me o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.

Sr. José: E qual é o seu nome?
O espírito: Se é preciso que eu tenha um, digam que sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois para mim não existirão caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda uma religião que harmonizará as famílias e que há de pendurar até o final dos séculos.


E no desenrolar da conversa, Sr. José pergunta ainda se já não existem religiões suficientes, fazendo inclusive menção ao espiritismo.


O espirito: Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, toso tornam-se iguais na morte, mas vocês homens não contes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte.
   Por que não podem nos visitar estes humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes na Terra também trazem importantes mensagens do além. Porque o não aos caboclos e pretos-velhos? Acaso não foram eles também filhos do mesmo Deus?... Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que quera ou precise se manisfestar, independente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos. "Nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos com aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas a nenhum diremos não, pois esta é à vontade do Pai."



Sr. José: E que nome darão a esta Igreja?
O espírito: Tenda Nossa Senhora da Piedade, pois da mesma forma que Maria ampara nos braços o filho querido, também serão aparados os que se socorrerem na Umbanda.


No dia seguinte, na rua Floriano Peixoto, 30 - Neves - São Gonçalo - RJ, próximo das 20:00 horas estavam presentes membros da federação espirita, parentes, amigos, vizinho e uma multidão de desconhecidos e curiosos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou e com as palavras abaixo iniciou seu culto:


" - Vim para fundar a Umbanda no Brasil, aqui incia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmão encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a características principal deste culto."


   Após trabalhar fazendo previsões, passe e doutrina informou que devia se retirar, pois outra entidade precisava se manisfestar.
   Após a subida do Caboclo, Zélio incorporou uma entidade reconhecida como "Preto-Velho", saindo da mesa se dirigiu a um canto da sala onde permaneceu agachado. Sendo questionado o porque de não ficar na mesa respondeu: " - Nego num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nego deve arespeitá", após insistência ainda completou: " - Num corece preocupa não. Nego fica no toco que é lugar de nego." e assim continuo dizendo coisas mostrando a simplicidade, humildade e mansidão daquele que trazendo o estereótipo do Preto-Velho se fez identificar como Pai Antônio.
Logo cativou a todos com seu jeito, ainda lhe perguntaram se ele não aceitava nenhum agrado, ao que respondeu: " - Minha caximba, nego qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca." - Todos ficaram perplexos, estavam presenciando a solicitação doo primeiro elemento material da Umbanda. Na semana seguinte todos trouxeram cachimbos que sobraram diante da necessidade de apenas um para Pai Antônio.
   Assim o cachimbo foi instituído na linha de Pretos-Velhos, sendo também a primeira entidade a pedir uma guia (colar) de trabalho. Opai de Zélio frequentemente era abordado por pessoas que queriam saber como ele aceitava tudo isso que vinha acontecendo em sua residência, sua resposta era sempre a mesma em tom de brincadeira, respondia que preferia um filho médium ao lugar de um filho louco. Foi um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Enquanto Zélio esteve encarnado foram fundadas mais de 10.000 tendas. Após 55 anos de atividade entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zlméia. Mais tarde junto com sua esposa Maria Izabel de Moraes, médium ativa da tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antônio no distrito de Cachoeira do Macau - RJ.
   Zélio Fermandino de Moraes desencarnou no dia 03 de outubro de 1975.
   Suas filhas deram continuidade ao trabalho e a "Tenda Nossa Senhora da Piedade" existe até hoje sob a direção de Zilméia de Moraes sua filha que aos 88 anos de idade se mostra ainda muito lúcida e ativa na frente dos trabalho.


Parabéns Umbanda, este mês de novembro comemoramos mais de 100 anos de história. Mais de 100 anos de concretização no plano material.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Quotidiano Umbandista - Meu Problema é o Seguinte



Em vários terreiros a hora do passe vai começar, e o sofrimento das entidades também.
A assistência está cheia, muito bom para a casa, mostra que é bem conceituada. Mas seus filhos, incorporados com as entidades, sofrem com os pedidos e problemas das pessoas.
Clientes que só querem tomar um passe e agradecer a proteção são cada vez mais raros.
O que prolifera são os clientes que contam sempre os mesmo problemas, que não são dois ou três e sim cinco, seis... Sempre os mesmo pedidos de milagres sem que ele, o cliente, queira fazer algo por si mesmo, e acabam jogando tudo nas mãos das pobres entidades.
Clientes mercadores, que pedem ajuda e já oferecem pagamento, fazendo a consulta parecer comércio de troca de favores. "Você me traz um emprego e eu lhe dou isso ou aquilo."
Ou então pessoas que mesmo com humildade, pedem saúde, paz, emprego, marido, proteção. Para ela, a família, o pessoa do serviço, o bairro todo.
E nisso as entidades lá, ouvindo e ouvindo as mesmas coisas, sai cliente entra cliente. Sempre com uma resposta que pode ser muito útil, que toca a pessoa e a faz ver o caminho a ser seguido, ou aquele que não satisfaz a pessoa, que na verdade queria ouvir que está tudo bem, que tudo vai dar certo e que o mundo é lindo e é todo seu.
Mais fácil seria dizer que tudo de ruim na vida é fruto de um "espirito" montado nas suas costas.
Está cada vez mais difícil se fazer caridade, pura e simples. Passe virou sessão do descarrego e aconselhamentos espiritual virou momento da libertação.
Dentro de cada um está a vontade de buscar saídas e palavras de conforto, mas também dentro de cada um está a força que faz com que a saída seja encontrada.
O papel dos terreiros é este mesmo, as entidades estão lá para isso, para ouvir problemas e mostrar à pessoa que ela pode ser capaz de superar tudo, pois foi o tempo que receitar banho solucionava tudo.
Meu Axé a Todos.
Salve a Umbanda
Thiago Sá


Jornal "Tambor" - Dezembro/2002


O Jornal Tambor foi uma das publicações direcionadas à religiões afro-descendentes mais importantes no início dos anos 2000. Criado e idealizado pela Yalorixá Sandra Epega o jornal sempre pregou pelo diálogo inter-religioso, cultura de paz e sempre deu espaço para todos as tradições religiosas.
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Oxum

Oxum é a Orixá da beleza, do amor, da fertilidade, da riqueza e das águas doces.
É a vaidade em forma de Orixá, muito bela, Oxum traz na mão um espelho onde aprecia sua beleza. Sua morada é o rio, riacho, cachoeira e lagoa, onde a água doce se faz presente.
Gosta do azul escuro em suas velas, roupas e objetos, o lírio branco, jasmim ou qualquer outra flor delicada e bonita como a orquídea lhe agrada. Suas ervas são o alecrim, a alfazema, a erva-cidreira, o girassol, a hortelã e a folha da fortuna.
Oxum gosta de uva, mel, melão, manga, figo, comidas que levam camarão seco, feijão fradinho, cará, pato e peixe, e bebe champagne, vinho branco doce e guaraná.
Oxum é a dona da fertilidade, ela é quem permite que o óvulo seja fecundado. É a dona das águas doces onde se dá a vida, a água que mata a sede.
Oxum recebe pedidos de prosperidade, amor, gravidez, riqueza e felicidade, além de proteger as crianças.
Tem um temperamento amoroso e carinhoso, mas pode se tornar intransigente, perigosa e vingativa, tem a passionalidade dentro de si. Não tem muitos meio termos, aliás sobre o mesmo assunto pode ter pensamentos ora favoráveis ora contrários. Sem tornar-se volúvel, apenas vê ângulos diferentes sobre o acontecimento.
Mas sua natureza amável acaba prevalecendo e faz dela símbolo do amor, assim como conta suas cantigas, que Oxum é um tesouro, que ela é a dona do ouro, da beleza, que ela protege seus filhos contra tudo.

Sob o clarão da lua, a água da cascata parece de prata.   (bis)
É de um lindo véu, é da Oxum, a minha Mãe que vem do céu.
Aiêiê mamãe Oxum, dona do ouro,
Aiêiê mamãe Oxum é o meu tesouro.

Oxum é sincretizada com Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, sinônimo de amor e compreensão para seus fiéis católicos. É festejada em 12 de outubro, feriado nacional. Talvez aí esteja a resposta para a cor de Oxum ser o azul escuro, cor do manto de Nossa Senhora.


Quando nós louvamos Oxum nos curvamos em respeito à tão grande mãe que é, e também por Oxum várias vezes se apresentar como mulher de idade avançada, curvada. Nas suas giras podemos encontrar suas mensageiras jovens, eretas e dançantes ou as carinhosas mães idosas e lentas. Oxum traz nas mãos flores ou então as movimenta como ondas que trazem pra si as energias e devolvem luz, podem emitir pequenos cantos que lembram choramingos ou mesmo chorar, é uma característica da mais dengosa das Orixás.
Oxum é saudada com “Ora yeyê Oxum” que significa: “Chamemos a benevolência da Mãe Oxum”, mas uma prova da bondade da Mãe da fertilidade.

Arquétipo de seus Filhos

O arquétipo de Oxum é o de pessoas graciosas e elegantes, com paixão por jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo de charme e beleza. Voluptuosas e sensuais, porem mais reservadas que Iansã. Eles evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora esconde uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social. (Verger)*

Fator: agregador ou conceptivo
No positivo: são amorosas, delicadas, meigas, sensíveis, perceptíveis, perfeccionistas, cuidadosas, amáveis, protetoras e maternais.
No negativo: são ciumentas, agressivas, vaidosas, insuportáveis, vingativas, não esquecem uma ofensa e não perdoam uma magoa.
Apreciam: festas familiares, danças, recitais românticos, poesia, medicina, crianças, lecionar e conselheiras.
Não apreciam: solidão, homens autoritários ou agressivos, reuniões monótonas, estudo das ciências exatas, políticas, lugares tristes, homens ciumentos e mulheres egoístas.
Obs.: possuem compleição delicada.

* Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.
Thiago Sá

quarta-feira, setembro 28, 2011

Cosme e Damião

A linha de Cosme e Damião representa as entidades infantis. A pureza, alegria, ingenuidade, carinho, sinceridade e a vibração de tudo que está ligado às crianças.
Reúne espíritos de crianças até mais ou menos os 12 anos, das mais distintas origens, pode-se encontrar Entidades de origem oriental, africana, européia e brasileira no caso de curumins, índios crianças. 
As cores predominantes são o cor de rosa, o branco e o azul claro, mas as crianças gostam de todas as cores.
O símbolo desta linha é o jardim florido, lugar onde eles se encontram para brincar e espalhar sua energia benéfica para os seres que ali lhe fazem oferendas. Estas compostas de doces e guloseimas dos mais variados tipos, predominando a cocada como um dos mais tradicionais. A comida característica é o caruru, famoso prato a base de quiabos que é distribuído em suas festas.
O dia em que se comemora Cosme e Damião é 27 de setembro, dia em que em todo o Brasil as pessoas rendem homenagens aos Santos crianças aos Ibeji, nome da divindade africana representada por gêmeos.
Aqui no Brasil o culto de Ibeji está limitado a poucas casas de tradição africana, pois desde o inicio seu culto foi superado pelo dos gêmeos católicos que segunda a história seriam jovens estudantes de medicina que ajudavam os necessitados.
Na Umbanda as festas de Cosme e Damião são mais do que tradicionais, os templos são enfeitados com balões coloridos, bandeirinhas e fitas, tudo muito semelhante a festas infantis, são preparadas cestas com doces, frutas, preferencialmente as pequenas, como uva, morango, pêssego, jabuticaba, maça e também refrigerante, geralmente guaraná, sucos de frutas, leite e água com açúcar, e bolos confeitados. Tudo é distribuído para as crianças presentes. Comum também é a distribuição de sacolinhas de doces e brinquedos para crianças pobres por empresários e pessoas que alcançaram graças de Cosme e Damião, estas nem sempre religiosas de Umbanda.
Essa é uma prova de mais um culto afro-brasileiro que transpôs os templos, assim como a festa de Iemanjá que ocupa as praias de diversas cidades no litoral brasileiro reunindo adeptos ou não da Umbanda, a festa de Cosme e Damião é livre de preconceito, sendo a fé e a caridade os principais intuitos.
Quando incorporados as Entidades se portam de acordo com sua idade, alguns apresentando a inquietação das crianças mais levadas e outras mais quietas e até mesmo choronas, as giras são muito alegres e movimentadas, os cosminhos ou erês nomes genéricos dados as Entidades, brincam com bonecas, carrinhos, bolas e outros brinquedos que possam ter. Também podem ter vestimentas próprias, como aventais ou vestidos no caso das meninas e macacões, calças curtas e até mesmo pijamas para os meninos, usam também chapéus, tocas, chiquinhas e fitas nos cabelos.
Os nomes dessas Entidades geralmente são no diminutivo, para demonstrar aos outros que se tratam de crianças. Mariazinha, Pedrinho, Joãozinho, Miguelzinho, Aninha, Lucinha. Nomes próprios que não necessariamente eram os de uso dessas Entidades quando em vida na Terra.
As cantigas cantam sobre a pureza e felicidade que eles carregam, sobre as coisas de criança e sobre os locais de sua morada.

Papai me solte um balão
Pra todas as crianças que vem lá do céu (bis)
Tem doce papai
Tem doce papai
Tem doce lá no jardim (bis)

Fui ao jardim colher as rosas
A vovozinha deu-me as rosas mais formosas (bis)
Cosme e Damião, ô Doum
Crispim e Crispiniano
São os filhos de Ogum (bis)

A linha de Cosme e Damião é regida por Orixá Ogum, considerado pai de todos os filhos de Umbanda que representa a figura paterna e Orixá Iemanjá mãe de todos os seres humanos e a figura materna. Mas cada Entidade pode trazer consigo características de outros Orixás com o qual este mantém ligação, como Iansã, Oxosse, Oxalá e etc. 

segunda-feira, setembro 19, 2011

Iansã - Gilberto Gil e Caetano Veloso

Em 1974, Gilberto Gil lançava seu disco "Cidade do Salvador", o 10º disco da sua carreira. Dentre as músicas do disco, numa parceria na composição de Caetano Veloso, Gil colocara a musica "Iansã". Anos depois, em 2009, Rita Ribeiro colocou a música no seu projeto "Tecnomacumba".
O audio original, cantado por Gilberto Gil ou por Caetano Veloso, é algo difícil de se encontrar, mas com a interpretação de Rita Ribeiro com participação de Maria Bethânia, o brilho dessa letra é o mesmo, arrepiante e emocionante.




Iansã - Gilberto Gil / Caetano Veloso
Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu
Para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Rainha dos raios
Tempo bom, tempo ruim

domingo, setembro 04, 2011

Prece de Caritas


O que se apregoa nos mais religiosos, e principalmente no movimento espírita, é que “Cáritas” é um espírito que se comunicava através das faculdades de uma das grandes médiuns de seu tempo: Madame W. Krell, no circulo espírita de Bordeux, na França de Allá Kardec. A prece foi psicografada na véspera do Natal de dezembro de 1873, há mais de cem anos. Acredita-se que esse espírito foi no passado a figura de Irene, que foi martirizada em Roma no ano de 305, quando das perseguições do Imperador Diocleciano. Canonizada por sua religião – a posteriori veio a ser conhecida como Santa Irene – ela e suas irmãs foram convertidas ao Cristianismo. Diocleciano determinou perseguição aos cristãos, e ela foi acusada de possuir “livros proibidos” e, por isso mesmo, foi condenada à fogueira, enquanto suas irmãs foram degoladas à sua frente. Mandame Krell, esquecida no presente, pode ser considerada um dos maiores médiuns psicográficos dos maiores nomes da poesia francesa não poderia jamais colocar o nome da médium em cheque. Na prosa Madame Kreel recebia constantes comunicações do Espírito de/da Verdade, Dumas, Lacordaire, Lamennais, Pascal, do famoso grego Ésopo, Fénelon e outros, que foram publicados no livro “Rayonnementes de La Vie Spirituelle”, em maio de 1875. Ressalte-se que madame Kreel psicografava em transe, tendo colocado no papel o trabalho de Lamartine, André Chénier, Alfred de Musset, Edgar Allan Poe e Saint-Beuve.

“Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me, sou a meta a que vós todos deveis visar”




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Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade! 
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. 
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!
Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor,  para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas  fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. 
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.
Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja.

Fonte de Pesquisa: Google - Sites especializados.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Daqui, da assistência

           Tudo na Umbanda tem a sua importância - os médiuns, os cambonos, quem toca no atabaque. Todos têm sua importância, assim como quem freqüenta a gira e fica observando os trabalhos, a assistência. Buscando entender o papel da assistência na gira, essa categoria visa não só apenas relatar sobre, mas também entender e mostra a visão de quem está nela.

            A assistência é formada por pessoas da comunidade, ou por pessoas de outras localidades, que por indicação passam a frequentar a casa. As pessoas que estão presentes na assistência depois que as pessoas são defumadas são autorizadas à entrar na corrente espiritual para serem benzidas e se consultar com as Entidades.
As pessoas da assistência recebem a caridade de diversas formas, seja consultando e pedindo conselhos sobre questão espiritual, material ou de saúde, ou simplesmente recebendo o passe.

            Mas essa não é a única função que a assistência tem. A participação dela é importante em todos os momentos, seja com um simples bater de palma durante um ponto ou com o silêncio necessário em determinado momento. E será esse o assunto abordado por aqui.
Vamos mostrar a participação dela na organização das festas, na ajuda com a casa e em outros momentos. O que se deve e o que não se deve fazer durante uma gira, como se comportar, o poder do pensamento da assistência, seus trejeitos influenciam com a energia do local, por isso, como está em maior número, a assistência se torna uma das peças chave para o decorrer da gira.
Serão simples relatos de quem freqüenta a religião por mais de 3 anos, fatos narrados por olhares curiosos e atentos e de alguém que já foi chamado a atenção por cruzar os braços ou não ter tirado o sapato antes do benzimento, mas quem não vivenciou ou fez isso né?

terça-feira, agosto 16, 2011

Diário de Uma Médium Iniciante.

Minha família sempre teve laços com o espiritismo e durante minha infância minha mãe buscava algo que ajudasse a parar com os contínuos sonhos que atormentavam minha irmã.
Ela acabou encontrando ajuda na casa de Mãe Elizabeth de Iemanjá (nossa casa matriz) e por alguns anos frequentamos a casa inclusive minha irmã fazendo parte da corrente de médiuns.
Por motivos particulares acabamos nos afastando da Umbanda por um tempo mas a espiritualidade esteve sempre em nossas vidas.
Foi a abertura da Aldeia de Caridade e anos depois o falecimento de Mãe Elizabeth que acabou colocando a Umbanda de volta nos nossos caminhos.
Mãe Cecília, nossa Madrinha era filha de santo de Mãe Elizabeth e nossa vizinha por mais de 25 anos.
Foram esses laços de amizade e respeito que fizeram minha mãe voltar a frequentar a Umbanda e algum tempo depois eu também segui o mesmo caminho.
Foi com surpresa que me dei conta que outros membros da minha família já estavam fazendo parte da corrente espiritual e me senti mais confiante com tudo aquilo.
Durante os trabalhos, na assistência, eu sentia sensações dificeis de descrever, arrepios, choros e quase que um chamado para que eu entrasse e fizesse parte de tudo aquilo.
Foram as Entidades da casa que me aconselharam a conversar com a Madrinha e saber do que se tratavam aquelas sensações.
A conversa foi muito produtiva e acabei descobrindo quais Orixás me escolheram como filha e que eu tinha sim uma missão como médium à seguir. Aprendi sobre a vida de um médium umbandista, as obrigações, postura e responsabilidades. Tudo o mais que envolvia os preceitos e cerimonias da casa.
Uma vez dentro da corrente de médiuns, devidamente trajada em branco foi então que comecei a entrar em contato com o povo de Aruanda literalmente rsrsrs.
Tudo no começo é um pouco complicado e essa experiencia como médium não foi diferente, aos poucos comecei a aprender mais, estudar mais e conhecer mais sobre tudo que envolve a Umbanda e ser um médium de Umbanda.
Foi numa gira de Preto-Velho, na praia, que a Madrinha me ajudou na concentração e firmeza espiritual e ali mesmo incorporei minha primeira Entidade, a sensação foi estranha, diferente e foi só no fim dos trabalhos que me dei conta que eu havia mesmo tido minha primeira incorporação.
Depois disso as coisas só melhoraram e ficaram mais fortes e minha Entidades passaram a se fazer mais e mais presentes. Passei a diferenciar as energias que diferentes Entidades me passavam.
Aprender sobre as nossas Entidades é a parte mais interessante desse processo de desenvolvimento e cada gira que elas incorporam e trabalham é uma grande passo dado no aprendizado de ambos.
Não faz muito tempo, minha Preta Velha foi autorizada a benzer crianças da assistência, ao mesmo tempo que fiquei em choque com a novidade e principalmente a responsabilidade, fiquei feliz de saber que eu e minhas Entidades estamos no caminho certo e prontos pra começar a prestar a caridade aos que necessitam.
Abraços, Carolina Abla.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Exu

          Orixá Exu é o senhor do destino, dos caminhos e da sexualidade. Ele é o mensageiro dos Orixás.
          Exu é o dono das encruzilhadas, seu pólo de força e sua morada, ao lado de Ogum ele rege os caminhos do mundo, sejam materiais, ruas, estradas e trilhas, ou espirituais.
          É o dono da sexualidade humana, é ele o dono do desejo sexual que propicia o ato que resultará na perpetuação da espécie.
          O jogo de búzios, oráculo adivinhatório dos Orixás e, por conseguinte as conchas usadas no jogo são de Exu, ele é quem permite essa comunicação. Exu, na maioria das vezes é quem responde as perguntas feitas através dos búzios, e quando outro Orixá responde é sob a permissão do dono do destino. Na verdade, Exu é o mensageiro dos Orixás, ele leva a pergunta ao Orixá em questão e traz a resposta de volta na forma da caída dos búzios.
Exu usa as cores preta e vermelha em suas velas, objetos e roupas, mas aceita também a cor branca.
          Exu come galo, farofas de carne, dendê, mel, bode, pipoca, pimenta e miúdos. Gosta de beber pinga ou bebidas alcoólicas em geral e água.
          Suas ervas são: bagaço de cana, aroeira, pimenta, arrebenta cavalo, urtiga e hortelã pimenta, suas flores são o cravo vermelho ou flores vermelhas de diversos tipos.
          Exu está ligado a forças das mais negativas, ele trabalha diretamente com Orixás de ligação as almas e a morte, como Omolu / Obaluaiê e Nanã Buruquê, ele transita por todos os lugares do mundo sem precisar pedir licença, ele poderia ser chamado de o “gari” das energias negativas, e é isso que ele faz, anda em todos os planos limpando os recintos de fluídos pesados, espíritos zombeteiros, e desmanchando trabalhos de má finalidade.
Devido a isso, Exu foi e é encarado como Orixá negativo, de finalidades ruins e maléficas, quando na realidade é ele quem combate esse tipo de realizações.
          Não é conhecido um sincretismo de Exu, infelizmente ele acabou sendo comparado com a imagem do Diabo cristão e até hoje essa figura lhe é associada. Fala-se que o santo católico mais próximo de Orixá Exu seria Santo Antonio, mas não há nenhuma certeza quanto a isso. Por não ter sincretismo Exu não tem data comemorativa, porém lhe são rendidas oferendas e festas normalmente no mês de agosto, mês conhecido por guardar energias pesadas.
          Assim como Orixá Oxosse, Exu, na Umbanda, tornou-se chefe de uma linha de Entidades, a linha chamada da Esquerda. Que reuniria espíritos de vida carnal desregrada, ilícita e vergonhosa. Na verdade, os espíritos que compõem essa linha da Esquerda são espíritos que estão no principio da evolução espiritual, dessa forma, eles estão trabalhando ligados às energias pesadas e negativas do Orixá. Abordarei a linha da Esquerda mais adiante.
          As cantigas de Exu normalmente trazem nomes de seus mensageiros e quando isso não acontece entende-se que a cantiga fala de todos os Exus em geral.

Toma lá Exu, toma lá o que é seu.
Vai no meio da rua, vai buscar o que é teu.



Exu da meia noite, Exu da madrugada. 
Oi salve o povo da encruza,
Sem Exu, não se faz nada.

         Portanto devido a várias idéias perdidas e desencontradas Exu, no papel de Orixá quase não existe dentro da Umbanda, o que existe são os espíritos de sua linha que também atendem pelo nome do Orixá.
          A Exu faz-se pedidos de descarrego, fechamento de corpo e principalmente prosperidade amorosa, sexual e financeira. Exu é a resposta para todos os males, sejam eles da origem que forem, é essa a sua imagem, o de curador de todos os males.
          Não existe registro de giras de Orixá Exu na Umbanda, somente as de seus mensageiros. O símbolo de Exu é o tridente de ferro com três pontas, chamado popularmente de garfo. Ele representa a força de Exu, que também teria relação com o ferro e o usa como arma para proteger a todos.
          Ele é o Orixá mais contraditório de todos, a sua personalidade é de atrevido, contestador e provocador. Ele é a divindade que mais se aproxima do caráter humano, por transitar livremente pelos dois mundos, carnal e espiritual, Exu tem uma ligação muito grande com os seres humanos, tem sentimentos que não são atribuídos aos outros Orixás, como inveja e luxúria. Exu exige que ele seja o primeiro Orixá a ser lembrado sempre que algo será feito, ele pede agrados, presentes e oferendas não mais que os outros Orixás, mas sempre ele deve ser o primeiro. Quando Exu está feliz, tudo o que se pede ele prontamente se dispõe a fazer.
          É quase uma lenda falar de templos de Umbanda que não cultuam Exu, ele está sempre presente nas entradas de todos os templos em grandes casas erguidas a ele ou em pequenas quartas de barro, é sempre muito prestigiado com grandiosas festas e oferendas de muita beleza. Quando se louva Exu, saúda-o com “Laroyê Exu”, ou “Mojubá Exu” cujos significados são próximos de “Eu me curvo perante Exu” e “Salve a força de Exu”.

            Arquétipo de seus filhos

O arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas com caráter ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm a arte de inspirar confiança e dela abusar, mas que apresentam, em contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos problemas dos outros e de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior recompensa esperada. As cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convém particularmente e são, para eles, garantias de sucesso na vida. (Verger)*

* Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.
Por  Thiago Sá

sábado, agosto 06, 2011

Umbanda de Outras Bandas

Quando desembarquei na Nova Zelândia em dezembro de 2006 eu trazia na bagagem além de meus pertences e um coração cheio de expectativas eu trazia uma vida inteira dedicada à Umbanda. Eram quase dez anos como médium e dois anos de iniciação como Sacerdote ou Pai de Santo.
Sempre faço piadas dizendo que minha bagagem teve excesso de peso pois eu trouxe todos os Orixás e Entidades comigo.
Fui recebido por minha grande amiga Elisangela que foi a razão de eu escolher vir para um lugar tão longe de tudo e que mais tarde seria minha primeira filha de santo.
Logo de cara a gente se pergunta como vai se virar morando numa terra onde niguém sabe o que é Oríxá, Caboclo e Exu, muito menos Umbanda.
Acredito que minhas Entidades e os Orixás me acompanharam nessa jornada assim como acompanharam seus filhos africanos que cruzaram o Atlântico rumo à América e escolheram aceitar um culto diferente do original pois o mais importante é a fé que sentimos e não o local onde cultuamos.
Como Pai de Santo aprendi e me preparei pra me virar bem morando longe do templo e sem o convívio de minha Mãe de Santo, trouxe comigo meus búzios, umas duas guias e uns dois panos de cabeça, estava seguro, pensei.
Diferente de outros brasileiros umbandistas que moram em Portugal, EUA e Japão onde podem encontrar praticamente tudo oque encontramos no Brasil e assim praticar a Umbanda do mesmo jeito que constumavam, eu me deparei com as dificuldades mais primárias.
Vela comum? Não tem. Charuto? Não tem. Defumador? Não tem. Pemba? Não tem. E as sábias palavras de minha mãe cantavam no meu ouvido: "Meu filho, as Entidades entendem e aceitam aquilo que você puder oferecer."
Pois bem, as velas são as pequeninas que se usa de decoração e numa variedade de cores bem primárias, o charuto é cigarrilha ou cigarro comum, o defumador virou incenso e a pemba é giz.
Se não fosse pelas caixas super recheadas de artigos religiosos que chegaríam pelo correiro vindas do Brasil acho que Caboclo ainda ia estar fumando cigarrilha, obrigado Padrinho!
Lembro-me da primeira incorporação, Exu como sempre o primeiro veio discretamente entre as árvores de um parque gramado em frente ao lago da cidadezinha que morava com a vista das montanhas ainda com neve no topo. Ficou por alguns minutos, conversou com Eli e foi embora me deixando a sensação de que muita coisa ainda estava por vir.
Na quaresma no mesmo lugar Preto Velho veio, sentou na grama coitado, nao tínhamos um toco pro velho bancar. Veio para o fechamento de corpo da sexta-feira Santa, cruzou seu cavalo e sua filha e me mostrou que ali começava a jornada. Eu, uma filha de santo e uma terra completamente estrangeira para desbravar.
Acredito que vim pra cá por uma razão. Quem sabe não seja a de "levar ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá".
Saravá a Umbanda!
Thiago Sá

quarta-feira, julho 27, 2011

Nanã Buruquê


Nanã Buruku, Nanã Buruquê ou simplesmente Nanã, é a Orixá feminina mais velha de todas.
Nanã usa as cores lilás, roxo e violeta em suas roupas, velas e objetos.
Suas comidas são, feijão branco ou fradinho, batata doce roxa, peixe, milho branco e arroz. Nanã bebe água, champagne ou vinho branco.
Alfavaca, assa-peixe, alfazema, quaresmeira, maria preta e palha da costa são suas ervas.
Nanã é a Orixá dos mortos, sua morada é o mangue, o brejo, o alagado todos os lugares onde a água e a terra se tornam um só, pois o barro seria o princípio da humanidade.
Sua saudação: “Saluba Nanã Buruquê”, significa: “Nos refugiamos com Nanã da morte ruim”. Mas ela não tem aspecto negativo, apenas se utiliza energias ligadas às almas, portanto mais densas e pesadas.
Nanã é sincretizada com Santa Ana ou Nossa Senhora de Santana, é personificada como a avó, protetora de crianças e educadores. No dia 26 de julho rendem-se festas em sua homenagem.


Nossa Senhora de Santana

Nas suas giras costumam incorporar suas mensageiras ou Caboclas, espíritos que trabalham com ligação direta à sua energia. Quando incorporada Nanã normalmente permanece curvada, pode emitir pequenos sons, sejam de choro ou algo parecido com um canto, dificilmente dançam, e quando isso ocorre acredita-se que é devido a grande satisfação e alegria da divindade. Nanã pode ter nas mãos flores que lhe são dadas, estas são abençoadas e devolvidas para que permaneçam no Congá até que murchem.
Seus pontos cantados costumam falar de sua ligação com Omolu também Orixá dos mortos, e de sua calma e paciência para resolver as coisas.

São flores Nanã, são flores,
são flores Nanã Buruquê.
São flores Nanã são flores,
de seu filho Obaluaiê.
Nas horas de agonia
ele sempre vem me valer,
É seu filho Nanã, é meu Pai
É ele Obaluaiê

Sua louvação é feita por todos curvados, respeitando sua velhice e conhecimento. A Nanã deve-se muito respeito e cuidado pois é um dos Orixás de culto mais complexo e trabalhoso, seu temperamento é ríspido e exigente, devendo-se sempre tomar cuidado com brincadeiras ou pouco caso, atitudes nada aprovadas por Nanã.
O culto de Nanã não é tão popular como o de Ogum ou Iemanjá, mas Nanã está presente em praticamente todas as casas, ao menos recebendo louvações.


Arquétipo de seus Filhos

Nanã Buruquê é o arquétipo das pessoas que agem com calma, benevolência, dignidade e gentileza. Das pessoas lentas no cumprimento de seus trabalhos e que julgam ter a eternidade a sua frente para acabar seus afazeres. Elas gostam de crianças e educam-nas, talvez, com excesso de doçura e mansidão, pois tem tendência a se comportarem com a indulgência das avós. Agem com segurança e majestade. Suas reações bem-equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça. *

Fator: decantador.
No positivo: são calmas, conselheiras, orientadoras, religiosas, emotivas, muito simpáticas.
No negativo: são intratáveis, ríspidas, tagarelas, fuxiqueiras, vingativas, perigosas.
Apreciam: a boa mesa, companhias falantes e alegres, reuniões familiares e religiosas, pessoas que lhe dediquem afeto e respeito, vestes coloridas.
Não apreciam: pessoas egoístas, mesquinhas ou geniosas, festas ou reuniões agitadas, crianças peraltas, roupas espalhafatosas, desperdício e pessoas preguiçosas e exibicionistas.

* Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.
Por Thiago Sá

sexta-feira, julho 15, 2011

Rita Ribeiro - É D'Oxum

Rita Ribeiro nasceu no Maranhão, onde começou sua carreira musical, mas seu sucesso mesmo veio através do projeto "Tecnomacumba", considerado algo inovador, o projeto foi fruto de uma intervenção cultural. As letras são homenagens aos orixás e pontos cantados em centros de Umbanda e de Candomblé, nos moldes da MPB, gênero que Rita sempre gostou e seguiu.


O vídeo abaixo, é do DVD "Tecnomacumba - a tempo e ao vivo" de 2009, que foi lançado em comemoração do 6º ano do projeto que, continua na estrada trazendo mais publico aos shows.



É D'Oxum
Gerônimo - Vevé Calazans


Nessa Cidade Todo Mundo É d'Oxum
Homem, Menino, Menina, Mulher
Toda Essa Gente Irradia Magia
Presente Na Água Doce
Presente n'água Salgada
E Toda Cidade Brilha
Seja Tenente Ou Filho De Pescador
Ou Importante Desembargador
Se Der Presente É Tudo Uma Coisa Só
A Força Que Mora n'água
Não Faz Distinção De Cor
E Toda A Cidade É d'Oxum
É d'Oxum, É d'Oxum, É d'Oxum,
Eu Vou Navegar, Eu Vou Navegar
Nas Ondas Do Mar, Eu Vou Navegar
É d'Oxum, É d'Oxum

sábado, julho 02, 2011

Hoje é dia de Festa: Xangô

No ultimo sábado, 25 de junho, foi realizada uma festa em homenagem ao orixá Xangô.






Com as bênçãos de nosso pai Xangô e de nossa mãe Iansã




Com a alegria dos Baianos









E com o encanto de Cosme e Damião



A festa fez jus a gradeza que é Xangô.

quinta-feira, junho 23, 2011

Xangô

Xangô usa a cor marrom em suas velas, roupas e objetos que também podem ter a cor amarela, cor de Iansã sua esposa ou ainda o vermelho.
Xangô bebe vinho tinto e cerveja preta. Suas comidas são a rabada, o carneiro, quiabo, acarajé, peixe de couro, camarão seco e fresco, pirão de peixe além de pimenta.
As ervas de Xangô são o manjericão, alecrim, quebra pedra, inhame, abacate e hortelã. Suas flores, palmas vermelhas e cravos brancos.
Xangô teria tido três esposas; as Orixás Oxum, Iansã e Obá, esta ultima cultuada somente no Candomblé.
Xangô usa um machado duplo chamado Oxê. Ele é o Orixá do fogo, do trovão e principalmente da justiça.
Está sempre na companhia de Iansã, sua esposa predileta, justamente a Orixá do raio e da tempestade.
Xangô tem a pedreira como sua morada, ele é o dono das pedras, tão duras quanto sua justiça. A Xangô são feitos pedidos de justiça, jurídica ou moral, mas sempre é salientado que Xangô só ajuda aqueles que são merecedores, pois seu senso de justiça é tão grande que sua ira ataca mesmo aquele que lhe pediu ajuda caso Xangô considere que o pedido feito seja para benefício próprio.
O leão que acompanha Xangô serve para mostrar que Xangô é um líder tão forte, destemido e respeitado quanto o leão no reino animal.
É chamado o Rei da Umbanda, até porque ele é o único Orixá que segundo histórias africanas foi Rei, e por isso usa coroa.
Xangô é velho, suas cantigas contam que morreu com a idade. Por isso nos curvamos para louvá-lo, por respeito a um Orixá de idade avançada. Talvez Xangô não seja tão velho como pensamos, mas a sabedoria está ligada à idade por isso sua representação seja do velho de cabelos brancos sentado numa pedra.

Xangô morreu na maior idade,
Morreu escrevendo em uma pedra.  (bis)
Ele escreveu a justiça,
quem deve paga quem merece recebe.  (bis)

Suas cantigas também contam que ele era muito leal e companheiro, e que escreveu um livro, o livro da Justiça. Coincidentemente, Xangô é sincretizado com São Jerônimo que na Teologia Católica foi quem traduziu a bíblia. O dia de São Jerônimo é 24 de junho.

Xangô é filho de aurora é,
Xangô é filhos de aurora.
Xangô era bom pai, bom filho e bom irmão,
Você brinca com Nagô mas com Xangô não brinca não.

Nas giras de Xangô, incorporamos espíritos que trabalham diretamente na energia e vibração de Orixá Xangô, que chamamos de mensageiros ou de Caboclos de Xangô. Eles podem se apresentar prostrados, levemente curvados ou eretos de acordo com a idade que o espírito apresenta. Podem também trazer nas mãos pequenas pedras que costumam bater uma contra a outra emitindo sons ou apenas como símbolos de sua força. Não é comum, mas um Caboclo de Xangô pode fumar quando incorporado ou ainda beber. Alguns permanecem calados, outros emitem sons ou brados. É possível que um mensageiro de Xangô jovem e robusto dance, mas é raro.
A saudação “Caô Cabieci” ou “Caô Cabiecilê” significam “Venham ver o Rei descer sobre a Terra” ou então “Salve o grande Rei”. Xangô é, ao lado de Ogum, Oxosse e Iemanjá um dos Orixás de mais fervoroso culto no Brasil, tendo milhares de casas dedicadas a ele.


Arquétipo de seus Filhos

O arquétipo de Xangô é aquele  das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e conscientes de sua importância real e suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, cortese, mas que não toleram a menor contradição, e, nesses  casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem contato e encanto do decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar o limite da decência. Enfim, o arquétipo de Xangô é aquele das pessoas possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade e de benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça. (Verger)*

Fator: equilibrador
No positivo: são passivos, racionais, meditativos e observadores, atentos, mas pouco falantes e geniais.
Negativo: são reclusos, calados, rancorosos, implacáveis em seus juízos, intratáveis.
Apreciam: a leitura, a musica, os discursos, a boa companhia, e a companhia de mulheres vivazes (vigorosas, vivas, ligeiras), aconchego do lar e a boa mesa, gostam de se vestir bem, mas com sobriedade.
Não apreciam: festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias desequilibradas ou mulheres monótonas, apáticas, os egoístas e os soberbos.
Obs.: estatura baixa ou media, de compleição robusta ou atarracada.

* Trecho retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.