segunda-feira, setembro 01, 2014

Conhecimento de causa Umbandista

É possível praticar Umbanda sem nenhum conhecimento, sem nenhum estudo, sem ter a mínima ideia de onde veio e para onde vai a Umbanda. No entanto, isso demonstra uma falta de interesse e de aprofundamento naquilo mesmo que afirmo querer bem.
Este perfil revela ignorância cultural e um comportamento oportunista de quem quer apenas se beneficiar do que a Umbanda pode lhe oferecer de bom, mas não quer se comprometer.
Identificar-se com a Umbanda é identificar-se com algo que existe no contexto social-urbano e não apenas uma experiência espiritual isolada. Embora muitas vezes o umbandista se sinta só, ele faz parte de uma egrégora e trabalha com espíritos que estão ligados uns aos outros como as contas de um colar, dentro de uma hierarquia de incontáveis espíritos que trabalham juntos e se ligam ao todo da Umbanda e da Criação.
Os Guias de Umbanda nunca estão sozinhos. Eles se manifestam em muitos lugares interligados como portas que se abrem para uma mesma e única realidade: a Umbanda no Astral. As manifestações de espíritos que assumem arquétipos pertinentes à Umbanda costumam ter uma mesma forma peculiar de trabalhar quando incorporados em seus médiuns.
Esta forma de trabalhar com a espiritualidade tem contexto histórico e é possível identificar quem, primeiro, realizou um trabalho com todo este conjunto de fatores fundamentais aos quais identificamos a Umbanda. Entre os fatores ou elementos que formam este contexto, podemos citar: Templo (mesmo que seja dentro de um quarto ou quintal), Altar (mesmo que seja apenas uma vela), roupa branca (na maioria das vezes, com exceções claro), defumação (mesmo que seja um incenso), magia (do uso das velas, patuás, banhos e pontos riscados), cantos (chamados pontos cantados e pronunciados em português), atendimento caritativo (os espíritos que se manifestam recebem as pessoas que lhes procuram para ouvi-las, aconselhar e fazer limpeza espiritual por meio de passes, benzimentos e outros) e a presença marcante das entidades Caboclo, Preto velho e Criança, no mínimo, entre outros que podem se manifestar como Exu, Pombagira, Baiano, Boiadeiro e Marinheiro.  Este trabalho, da forma como o conhecemos, tem uma origem histórica por meio de seu primeiro praticante desta liturgia, o médium Zélio Fernandino de Moraes.
O primeiro praticante é sempre o fundador de algo, independente dele se declarar como tal, ou não. Zélio nunca chamou a si nenhum título, mas sempre deixou muito clara sua história com o Caboclo das Sete Encruzilhadas. E o Caboclo das Sete Encruzilhadas, carinhosamente chamado de “O Chefe”, sempre afirmava com todas as letras, por meio da boca de seu médium, que veio trazer a Umbanda com este médium que teve sua primeira manifestação no dia 15 de Novembro de 1908, em meio a uma sessão Espírita. E conta, com detalhes, a história que todo aquele que se identifica com a Umbanda já deve conhecer.
Sim, este é, nas palavras de Pai Ronaldo Linares, o Pai da Umbanda!
E você? É umbandista ou, no mínimo, conhece a história desta linda e encantadora religião?

     

                                                                                           Alexandre Cumino - Umbanda, eu curto!

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