Usa vermelho e branco, armado de
espada, que usa nas guerras justas e ditadoras da ordem.
Suas ervas são a espada e lança
de São Jorge, manga, pitanga, abre caminho, jurubeba e guiné. Sua flor é o
cravo vermelho ou branco.
Ogum come peixe assado, feijoada,
cará e milho, e bebe cerveja branca.
É sincretizado com São Jorge,
santo católico cuja história conta ter sido um soldado que morreu nos campos de
batalha assim como o Orixá que lutou em muitas guerras. Ogum assim como São
Jorge traz uma espada, sua arma de guerra como símbolo de coragem o que o
caracteriza como guerreiro.
Sua saudação, “Ogum nhê”,
significa: “Ogum sobreviveu forte” relembrando mais uma vez que ele é o Orixá
da guerra. Também se fala “Patakori Ogum”, que significa: “Importante, supremo,
Orixá Ogum em nossa cabeça”.
Ogum é o Orixá da lei, pois respeita
e exige respeito por tudo que é correto e direito, não admite trapaças ou
atitudes que visam prejudicar o próximo.
É o Orixá do ferro, pois com ele
desenvolveu as ferramentas e as armas, é também associado à agricultura e a
tecnologia.
Ogum é o dono dos caminhos junto
com Orixá Exu, seu irmão companheiro. Cuida das estradas que levam cada um ao
seu destino, seja estrada material ou espiritual.
À Ogum são feitas oferendas que
pedem abertura de caminhos, proteção, fechamento de corpo... Suas cantigas contam
que ele vence demandas, derruba mandingueiro, ganha batalhas onde quer que
sejam que protege e luta por seus filhos e é tido pelos outros Orixás como o
soldado leal que a todos ajuda.
Eu tenho sete espadas pra me
defender (bis)
Eu tenho Ogum na minha companhia
(bis)
Se Ogum é meu Pai, Ogum é meu
guia,
Se Ogum vem salvar,
Venha com Deus e a Virgem Maria.
Ogum também é considerado na
Umbanda como o Pai de todos os seres humanos independente do Orixá de cabeça,
pois ele atua em todos os planos e lugares defendendo todos os filhos de Deus.
Ogum zela pela lei, e quando ela
é descumprida, Ogum põe em prática as penas por tê-la descumprido.
Suas giras são movimentadas, os
Caboclos de Ogum, espíritos que incorporam e trabalham na irradiação do Orixá
costumam dançar e emitir pequenos sons que não são palavras, e também brados.
Salvo em necessidades extremas um Caboclo de Ogum não fala quando incorporado.
Podem portar espadas de metal, espadas de São Jorge ou ainda a lança de São
Jorge, que são empunhadas com muita braveza e postura. Também pode ocorrer, mas
com raridade um Caboclo fumar ou beber.
É o único Orixá cujo seus
mensageiros possuem nomes próprios: Ogum Iara, Beira-mar, Naruê, Sete Ondas,
Sete Espadas, Rompe-mato, Megê e etc.
No Brasil, Ogum é festejado em 23 de
abril e a ele rendem-se grandes festas e também procissões. É um dos Orixás de
maior culto no país.
Arquétipo de seus Filhos
O arquétipo de Ogum é o das
pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoar as ofensas de
que foram vitimas. Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não
se desencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos difíceis triunfam onde
qualquer outro teria abandonado o combate e perdido toda a esperança. Das que
possuem humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranqüilo
dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e
arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por certa falta de
discrição quando lhe prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e
franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas. (Verger)*
Fator: Ordenador.
No positivo: são leais, vigorosos
no amparo dos seus afins, protetores, ciumentos dos seus, não abandonam seus
amigos à própria sorte e dão a vida para salvar alguém.
No negativo: são irredutíveis e
tentam impor-se a todo custo.
Apreciam: Viagens, competições,
esportes violentos, discussões acaloradas, comidas e bebidas fortes e mulheres
que se apaixonam por eles.
Não apreciam: A monotonia, o
sedentarismo, as musicas suaves ou melancólicas, os trabalhos que devem ficar
incomunicáveis ou presos a um mesmo lugar.
* Trecho
retirado do livro “Orixás” de Pierre Verger, 1996.
Por Thiago Sá