segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Quotidiano Umbandista - Umbanda Traz Felicidade


Na vida religiosa umbandista, onde cumprir a missão espiritual como médium é muito importante, e caminhar para a evolução espiritual através desse trabalho de auto-ajuda e caridade aos necessitados só nos ajuda a nos tornar pessoas melhores passamos por momentos de grande felicidade e também de tristeza.

Infelizmente as pessoas sempre dão maior importância para aquilo de ruim que acontece na vida, sempre nos lembramos de doenças, decepções, problemas de família, brigas, violência e pessoas maldosas, isso também ocorre com os médiuns umbandistas.

Nossa vida dentro da religião é tão intensa, tão cheia de emoções e momentos de satisfação, mas quando se fala da vida religiosa quase sempre os relatos são de decepções, discussões e reclamações. Será que até religiosamente só damos espaço na memória para aquilo que nos entristece?

É tão bonito ouvir alguém dizer que ama a Umbanda, que dedicou sua vida toda a esta maravilhosa religião e que esta só lhe trouxe felicidade, satisfação e crescimento. Mas porque são tão raros estes relatos?

Numa sociedade onde ter é preciso e quem tem mais é respeitado, onde o dinheiro faz as pessoas esquecer qualquer ensinamento divino e espiritual é louvável encontrar quem ainda pratique a Umbanda por amor e não por dinheiro.

É muito bonito falar uma frase dessas, mas muitos ouvem e retrucam: “De que adianta passar a vida se dedicando a religião e continuar pobre, sem ter nada na vida, sem ter liberdade, enquanto outras pessoas são muito bem de vida”. Pensem, por que dedicação à religião está ligada com pobreza? Muitos acham que se dedicar a Umbanda é ficar em casa o dia todo atendendo gente e passar fome. Você pode e deve se dedicar a Umbanda sem deixar de trabalhar, constituir família, ter amigos, ter lazer e claro, conquistar coisas que lhe tragam conforto e não soberba. Quem vive da religião deve saber porque vive da religião, deve ter o seus motivos, da mesma forma que quem tem trabalho fora de casa procura conciliar seu tempo e levar tudo de forma dosada e correta.

Sacerdote “rico” é respeitado, mas pelas costas todos comentam que vive de fazer trabalhos caríssimos e que explora as pessoas financeiramente em nome da religião, é correto? Falar da vida alheia não é correto mesmo, lembram-se dos ensinamentos divinos? Agora se o Sacerdote faz isso ou não, ele Sacerdote que é deve saber o que esta fazendo.

Não seria muito melhor lembrarmos da energia maravilhosa que sentimos quando estamos diante de um Orixá incorporado? Da ternura e compaixão que sentimos na presença dos Pretos Velhos e das Crianças? Daquela força que emana de um Exu, de um Caboclo, de um Baiano, aquela força que faz arrepiar os pelos dos braços? Com certeza você agora que está lendo isso já sentiu isso muitas e muitas vezes não é?

Então a partir de hoje quando você falar da Umbanda ressalte esses momentos, mostre através das palavras que você ama esta religião, a sua religião!

Meu Axé a todos. Salve a Umbanda!
 
 
O Jornal Tambor foi uma das publicações direcionadas à religiões afro-descendentes mais importantes no início dos anos 2000. Criado e idealizado pela Yalorixá Sandra Epega o jornal sempre pregou pelo diálogo inter-religioso, cultura de paz e sempre deu espaço para todos as tradições religiosas.
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.

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