Na vida religiosa
umbandista, onde cumprir a missão espiritual como médium é muito importante, e
caminhar para a evolução espiritual através desse trabalho de auto-ajuda e
caridade aos necessitados só nos ajuda a nos tornar pessoas melhores passamos
por momentos de grande felicidade e também de tristeza.
Infelizmente as pessoas
sempre dão maior importância para aquilo de ruim que acontece na vida, sempre
nos lembramos de doenças, decepções, problemas de família, brigas, violência e pessoas
maldosas, isso também ocorre com os médiuns umbandistas.
Nossa vida dentro da
religião é tão intensa, tão cheia de emoções e momentos de satisfação, mas
quando se fala da vida religiosa quase sempre os relatos são de decepções,
discussões e reclamações. Será que até religiosamente só damos espaço na
memória para aquilo que nos entristece?
É tão bonito ouvir alguém
dizer que ama a Umbanda, que dedicou sua vida toda a esta maravilhosa religião
e que esta só lhe trouxe felicidade, satisfação e crescimento. Mas porque são
tão raros estes relatos?
Numa sociedade onde ter é
preciso e quem tem mais é respeitado, onde o dinheiro faz as pessoas esquecer
qualquer ensinamento divino e espiritual é louvável encontrar quem ainda
pratique a Umbanda por amor e não por dinheiro.
É muito bonito falar uma
frase dessas, mas muitos ouvem e retrucam: “De que adianta passar a vida se
dedicando a religião e continuar pobre, sem ter nada na vida, sem ter
liberdade, enquanto outras pessoas são muito bem de vida”. Pensem, por que
dedicação à religião está ligada com pobreza? Muitos acham que se dedicar a
Umbanda é ficar em casa o dia todo atendendo gente e passar fome. Você pode e
deve se dedicar a Umbanda sem deixar de trabalhar, constituir família, ter
amigos, ter lazer e claro, conquistar coisas que lhe tragam conforto e não
soberba. Quem vive da religião deve saber porque vive da religião, deve ter o
seus motivos, da mesma forma que quem tem trabalho fora de casa procura
conciliar seu tempo e levar tudo de forma dosada e correta.
Sacerdote “rico” é
respeitado, mas pelas costas todos comentam que vive de fazer trabalhos
caríssimos e que explora as pessoas financeiramente em nome da religião, é
correto? Falar da vida alheia não é correto mesmo, lembram-se dos ensinamentos
divinos? Agora se o Sacerdote faz isso ou não, ele Sacerdote que é deve saber o
que esta fazendo.
Não seria muito melhor
lembrarmos da energia maravilhosa que sentimos quando estamos diante de um
Orixá incorporado? Da ternura e compaixão que sentimos na presença dos Pretos
Velhos e das Crianças? Daquela força que emana de um Exu, de um Caboclo, de um
Baiano, aquela força que faz arrepiar os pelos dos braços? Com certeza você
agora que está lendo isso já sentiu isso muitas e muitas vezes não é?
Então a partir de hoje
quando você falar da Umbanda ressalte esses momentos, mostre através das
palavras que você ama esta religião, a sua religião!
Meu Axé a todos. Salve a
Umbanda!
Nosso irmão e colaborador do blog, Thiago Sá foi colunista do jornal por quase três anos e sua coluna, Quotidiano Umbandista descrevia situações corriqueiras ao dia a dia dos templos umbandistas. Sempre descritas como ficção.
O blog Aldeia do Sultão acha pertinente trazer de volta alguns do textos publicados ao invés de deixa-los guardados num arquivo de computador ou numa gaveta.
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